A identidade cristã na educação não é um ornamento, diz Leão XIV

Nov 25, 2025 / 09:28 am

A identidade cristã na educação “não é um selo decorativo ou um ornamento, mas o próprio núcleo que dá sentido, método e propósito ao processo educativo”, disse o papa Leão XIV.

O papa disse isso numa mensagem de vídeo enviada para o encontro Sem identidade não há educação, que ocorreu no último sábado (22) em Madri, Espanha, no qual foi abordada a questão da identidade da missão educativa na Espanha, onde cerca de 20% das escolas dependem de instituições católicas. 

O encontro é organizado pela Scholaris, que se apresenta como "uma plataforma para reflexão cultural e educacional", promovida pela Fundação Internacional de Educação.  

Leão XIV disse que “para a educação cristã, a bússola é Cristo”.

“Sem a Sua luz, a própria missão educativa se esvazia de significado e se torna um automatismo sem aquela capacidade transformadora que o Evangelho nos oferece”, disse ele.

O papa disse que o projeto educativo da educação católica deve ser concretizado "nas práticas, no currículo e na própria comunidade educativa". 

A identidade confessional da educação cristã não é “um acessório ou um verniz que se torna visível através de rituais isolados ou mesmo mecanismos repetitivos desprovidos de vitalidade”, mas sim o fundamento “que articula a missão educativa, define o seu horizonte de significado e orienta as suas práticas cotidianas, tanto na maneira de ensinar quanto na de avaliar e agir”.

 

“Quando a identidade não influencia as decisões pedagógicas, corre o risco de se tornar um ornamento superficial que não consegue sustentar o trabalho educativo diante das muitas tensões culturais, éticas e sociais que caracterizam os nossos tempos de polarização e violência”, disse Leão XIV.

O papa disse que a educação autêntica “promove a integração da fé e da razão” como “caminhos complementares para a compreensão da realidade, a formação do caráter e o cultivo da inteligência”. Para esse fim, disse ele, a comunidade educativa, composta pela família, pela paróquia e pela escola, deve ser “como um lar”.