Nov 6, 2025 / 16:02 pm
O núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, chegou a Belém (PA) na terça-feira (4) como chefe-adjunto da delegação da Santa Sé na COP 30. Para ele, um dos focos principais da Santa Sé na conferência é a “educação para a ecologia integral” como “um campo decisivo para enfrentar a crise climática”.
“Este tema surge de forma crescente, pois muitos países estão incluindo a dimensão educativa em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até 2035”, disse o núncio à Rádio Vaticano.
COP30 é a 30º edição da Conferência das Partes signatárias do tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) para combate às mudanças climáticas que acontecerá na capital paraense de 10 a 21 de novembro próximo A Cúpula dos Líderes, que reúne mais de 50 chefes de Estado e de governo, começou hoje (6), antecedendo a abertura oficial da COP30.
A Santa Sé participa da COP30 com uma delegação de dez membros chefiada pelo secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin. Ele será a autoridade máxima da Igreja, representando o papa Leão XIV. Outras 110 pessoas de delegações da Igreja também estão em Belém para a conferência.
Na entrevista, Diquattro disse que, para a Santa Sé, “a educação representa um pilar essencial para alcançar os objetivos do Acordo de Paris na próxima fase de revisão”.
Ele citou como outras prioridades da Santa Sé na conferência a “reforma da arquitetura financeira global e sua ligação com o financiamento climático” e a “Just Transition (transição justa), que deve incluir não apenas critérios econômicos, mas também sociais e ambientais”.
Por fim, falou do “debate sobre o Gender Action Plan” que “oferecerá a ocasião de reafirmar o peso desproporcional que a mudança climática exerce sobre as mulheres, convidando à promoção de sua participação ativa na implementação do Acordo de Paris”.
O Acordo de Paris é um tratado climático feito em 2015, na COP21, na França. Ele pede que todos os países ajam para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C em relação à era pré-industrial. Esse limite foi ultrapassado em 2024, considerado o ano mais quente já registrado, segundo dados científicos internacionais.
Para o núncio apostólico, essa COP deve ser “um ponto de virada” e manifestar “uma vontade política clara e tangível, que conduza a uma decidida aceleração da transição ecológica, por meio de formas que tenham três características: sejam ‘eficientes, vinculantes e facilmente monitoráveis’”.
“E que encontrem realização em quatro campos: eficiência energética; fontes renováveis; eliminação dos combustíveis fósseis; educação para estilos de vida menos dependentes destes últimos”, concluiu.
A Igreja na COP 30
A Igreja em Belém preparou uma programação paralela à COP 30 na qual promoverá eventos e atividades de formação e reflexão. Segundo o site da arquidiocese, terão eventos de “mobilização social sobre o cuidado da Casa Comum, em sintonia com o magistério da Igreja (especialmente as encíclicas Laudato Si’ e Laudate Deum)”. As atividades paralelas acontecerão de 11 a 16 de novembro.
“O objetivo é estimular o diálogo e o compromisso diante dos desafios socioambientais atuais, fortalecendo a Pastoral da Ecologia Integral e promovendo uma conversão ecológica nas comunidades”, diz o site da arquidiocese.
As atividades são divididas em quatro polos: Social, no Colégio Santa Catarina de Sena; Educação e Saúde, na Faculdade Católica de Belém; Juventude, no Santuário São João Batista e Nossa Senhora das Graças; e Sustentabilidade, em Santa Bárbara.
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