Oct 15, 2025 / 16:08 pm
Os padres mais jovens nos EUA são muito mais conservadores do que os padres mais velhos, revela o Estudo Nacional de Sacerdotes Católicos, publicado ontem (14) e encomendado pela Universidade Católica da América, e conduzido pela empresa Gallup. Pesquisadores entrevistaram os mesmos padres que participaram da mesma pesquisa em 2022. A tendência é observada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Segundo o relatório, a pesquisa deste ano “espelha de perto” as descobertas de 2022 e confirma “uma clara mudança geracional” com os mais jovens se afastando da autoidentificação como “de esquerda”.
Cerca de 51% dos padres ordenados em 2010 ou depois disseram que suas visões políticas são conservadoras ou muito conservadoras. Outros 37% disseram ser moderados e os 12% restantes eram de esquerda ou muito de esquerda.
Entre os padres ordenados entre 2000 e 2009, 44% eram conservadores ou muito conservadores e 44% eram moderados. Novamente, só 12% dos padres ordenados nesses anos dizem ser de esquerda.
Os padres ordenados entre 1990 e 1999 tendem ao conservadorismo, mas em menor grau, com 38% dizendo que são um pouco conservadores, 34% se identificando como moderados e 26% dizendo que são de esquerda.
Entre os padres ordenados na década anterior, de 1980 a 1989, o conservadorismo cai para cerca de 22%, e 36% se autodenominam moderados. Cerca de 40%, a maioria, se identifica como de esquerda.
Padres mais velhos são muito mais de esquerda. A maioria dos padres ordenados entre 1975 e 1979, cerca de 53%, diz ser de esquerda ou muito de esquerda. Cerca de 34% são moderados e 11% conservadores. Cerca de 61% dos padres ordenados antes de 1975 disseram ser de esquerda ou muito de esquerda, 25% são moderados e 13% são conservadores.
As inclinações teológicas dos padres seguem um padrão semelhante, com um declínio ainda mais acentuado no progressismo teológico, segundo os pesquisadores. Cerca de 70% dos padres ordenados antes de 1975 se autodenominavam progressistas teológicos, mas só 8% dos padres ordenados a partir de 2010 dizem a mesma coisa.
Cerca de 70% dos padres mais jovens se autodenominam conservadores/ortodoxos ou muito conservadores/ortodoxos em questões teológicas.
Divisão geracional nas prioridades pastorais
Mudanças políticas e teológicas também geram divisões geracionais sobre quais questões a Igreja deve priorizar, como mudanças climáticas, abertura à pauta LGBT, e sinodalidade, temas priorizados pelo pontificado do papa Francisco.
Sobre mudanças climáticas, 78% dos padres ordenados antes de 1980 disseram que isso deveria ser uma prioridade, assim como 61% dos padres ordenados entre 1980 e 1999. Só 35% dos padres ordenados em 2000 ou depois concordaram.
A tendência é semelhante para abertura à agenda LGBT, prioridade para 66% dos padres ordenados antes de 1980, mas para apenas49% dos padres ordenados entre 1980 e 1999 e 37% dos padres ordenados em 2000 ou depois.
A sinodalidade também é popular entre padres mais velhos, com 77% dos ordenados antes de 1980 a considerando uma prioridade. Cerca de 57% dos padres ordenados entre 1980 e 1999 dizem a mesma coisa, mas só 37% dos padres ordenados a partir de 2000 concordam.
Imigração
Algumas questões mostram diferenças geracionais menores. Por exemplo, 93% dos padres ordenados antes de 1980 consideram a imigração e a assistência aos refugiados uma prioridade, assim como 82% dos ordenados entre 1980 e 1999 e 74% dos ordenados em 2000 ou depois. Além disso, 98% dos padres ordenados antes de 1980 consideram a pobreza, a falta de moradia e a insegurança alimentar como prioridades, assim como 92% dos ordenados entre 1980 e 1999 e 79% dos ordenados em 2000 ou depois.
Há uma divisão geracional sobre se a devoção eucarística ou o acesso à missa tradicional em latim são prioridades, com os padres mais jovens mais focados nessas questões.
Cerca de 88% dos padres ordenados em 2000 ou depois veem a devoção eucarística como prioridade, assim como 66% dos ordenados entre 1980 e 1999 e 57% dos ordenados antes de 1980. Cerca de 39% dos padres ordenados em 2000 ou depois veem o acesso à missa em latim como uma prioridade, mas só 20% dos padres ordenados entre 1980 e 1999 e 11% dos padres ordenados antes de 1980 concordam.
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