7 de dezembro de 2025 Doar
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Bispo faz ato de desagravo por imagem de santo Antônio na Marcha da Maconha no Litoral Norte de SP

Dom José Carlos Chacorowski na missa do ato de desagravo “por santo Antônio” | Captura de vídeo

O bispo de Caraguatatuba (SP), dom José Carlos Chacorowski fez um ato de desagravo “por santo Antônio”, padroeiro da cidade, ontem (5), durante a missa na catedral de Caraguatatuba. A imagem do santo foi usada em cartazes de divulgação da 1ª Marcha da Maconha do município, que ocorreu no sábado, 4 de outubro, com autorização da justiça.

“A imagem de santo Antônio é sagrada e faz parte do patrimônio imaterial, espiritual da nossa comunidade cristã”, ressaltou o bispo na missa.

Segundo dom José Carlos, “a comunidade católica de Caraguatatuba está sendo desrespeitada, injuriada” pelos cartazes “que estão sendo veiculadas” na mídia “convidando as pessoas para a 1ª marcha da maconha de Caraguatatuba”. Um dos cartazes, segundo o bispo, “está a imagem de santo Antônio com ramos de maconha, o menino Jesus no braço segurando um vaso com uma muda de maconha” e o segundo cartaz “mostra santo Antônio fumando um charuto de maconha”.

“Creio que há um enorme desrespeito ao que é sagrado”, declarou o bispo. “Com certeza, nesta marcha santo Antônio e o menino Jesus não estão presentes. Mas suas imagens que são sagradas foram aí desrespeitadas”, frisou.

O bispo de Caraguatatuba disse que sabe “da liberdade que as pessoas têm para publicarem o que pensam, o que acham que é certo”, mas segundo ele, “esta liberdade não dá direito a desrespeitar o que é sagrado e os valores que temos em nossa Igreja católica”.

“Creio que estas pessoas estão devendo um pedido público e claro de desculpas para a sociedade toda católica, para a comunidade católica de Caraguatatuba”, declarou o bispo pedindo aos organizadores do evento: “Se querem ser respeitados em suas opiniões e atividades, por favor, comecem respeitando o que é sagrado para nós. Busquem pela honestidade, pela lealdade apresentar as suas ideias e não desrespeitando conscientemente, propositadamente, nossos valores sagrados e eternos”.

Nota de repúdio

Antes do ato de desagravo, dom Chacorowski escreveu uma nota de repúdio no dia 4 de outubro,  no qual manifestou “sua profunda indignação diante da utilização indevida da imagem de santo Antônio”, destacando que “associar a imagem de um santo, que tinha entre seus carismas a vivência do Evangelho e a compaixão pelos necessitados, fere os sentimentos da fé dos fiéis católicos e causa justo repúdio e dor espiritual”.

O bispo também enfatizou em seu comunicado que “a Igreja Católica não guarda qualquer relação ou vinculação” com a Marcha da Maconha “e rejeita veementemente o indevido uso da imagem de um santo católico para promoção de ideais que não se coadunam com a fé cristã apostólica”.

Nota de retratação

A Marcha da Maconha de Caraguatatuba escreveu hoje (6), uma nota de retratação pedindo “desculpa” à diocese de Caraguatatuba,  “à comunidade católica e a todas as pessoas que possam ter se sentido ofendidas pela imagem”  divulgada em suas redes sociais, que, segundo eles, “trazia uma releitura artística de santo Antônio”.

Segundo o movimento, “a referência a santo Antônio nasceu da identificação popular com seu papel de acolher os mais pobres e cuidar dos esquecidos, valores que também movem” a “caminhada” da Marcha. “Nesse caminho, nos inspiramos na trajetória do padre Ticão, religioso católico que foi pioneiro ao abrir o diálogo entre fé, ciência e o uso medicinal da maconha”, disse o movimento.

Padre Antônio Luís Marchioni, conhecido como padre Ticão, era um militante pela liberação da maconha no Brasil. Ele era sacerdote da diocese de São Miguel Paulista (SP) e idealizou o curso maconha medicinal realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2019. Padre Ticão morreu aos 68 anos no dia 1º de janeiro de 2021 de parada cardíaca.

“Reconhecemos o valor espiritual e simbólico do santo e reafirmamos que jamais houve intenção de ofender, vilipendiar ou desrespeitar a fé de quem quer que seja”, disse o movimento destacando que, embora eles seja “um movimento laico, a Marcha da Maconha é formada por pessoas de diversas crenças e espiritualidades, incluindo membros que se orientam pela fé cristã” e respeitam “profundamente todas as manifestações religiosas e culturais”.

“A Marcha da Maconha de Caraguatatuba reafirma que não compactua com vilipêndio religioso (art. 208 do Código Penal), repudia qualquer forma de intolerância e, em respeito à diocese, à comunidade católica e local, fazemos esse pedido de retratação, mas reafirmando que a imagem vinculada foi mera manifestação artística”, declarou o movimento ressaltando que “diante do incômodo e em respeito a todas as religiões”, decidiram “retirar a imagem das redes sociais como gesto de escuta e respeito, reafirmando o compromisso da Marcha com o diálogo e a convivência pacífica entre diferentes expressões de fé”.

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