Leão XIV incentiva os gendarmes do Vaticano a 'perseverarem na escolha do bem e da justiça'

Oct 5, 2025 / 15:39 pm

O papa Leão XIV encorajou os membros da Gendarmaria Vaticana a “perseverarem na escolha do bem e da justiça”, e agradeceu-lhes “pela coragem e a disponibilidade que expressaram em servir fielmente a Santa Sé".

O papa celebrou a missa para a corporação dos Gendarmes do Vaticano na Gruta de Lourdes, nos Jardins Vaticano hoje (5), por ocasião da festa de são Miguel Arcanjo, padroeiro da corporação e da Polícia do Estado Italiano— cuja festa a Igreja celebra anualmente no dia 29 de setembro, junto com os arcanjos Rafael e Gabriel.

Recordando a segunda leitura de hoje, da segunda carta de São Paulo a Timóteo, na qual o apóstolo dos gentios encoraja a não se envergonhar “de dar testemunho de Nosso Senhor”, o papa destacou que "é o testemunho de Jesus que dá sentido ao que fazemos; do contrário, corremos o risco de nos tornar cristãos cinzentos, mornos, sem um coração ardente pelo Evangelho”.

Aos gendarmes vaticanos, o papa falou que missão da guarda “não é simplesmente uma profissão, mas um serviço pelo bem da Igreja, realizado sobretudo nos ‘bastidores’ e ressaltou: “O seu trabalho diário, de fato, é um testemunho do Evangelho. Por isso, nunca tenham vergonha do exemplo que podem dar".

“A presença discreta e segura dos gendarmes pode expressar um estilo evangélico feito não só de palavras, mas também de um olhar atento, de um gesto cuidadoso que tutela cada pessoa ao nosso redor”, disse Leão XIV.

O papa destacou que, “para resistir à tentação da rotina e da preguiça”, São Paulo encoraja a reavivar “o dom de Deus que está em você […]. Deus, de fato, não nos deu um espírito de covardia, mas de fortaleza, caridade e prudência”.

Ele continuou dizendo que “estas são certamente virtudes do bom cristão" e, portanto, também do gendarme do Vaticano que "têm a seu favor a força da lei, mas não para dominar; a caridade para com os pequeninos, mas não para agradar as autoridades; prudência na ação, mas não por medo das responsabilidades que lhes são próprias".

“Eis o programa que confio especialmente a vocês, jovens gendarmes que recentemente prestaram juramento. Essa promessa não foi uma simples fórmula a ser repetida, mas um ato de liberdade e dedicação”, afirmou o papa. “Vocês afirmaram um ‘sim’ público, diante de Deus e da Igreja. Prometeram fidelidade ao papa e a um serviço que envolve suas vidas no compromisso profissional de cada dia. Obrigado pela coragem e disponibilidade que demonstraram ao servir fielmente à Santa Sé!”.

Leão XIV assegurou aos gendarmes que “quando chegarem os dias de cansaço e incompreensão", eles encontrarão "na graça do Senhor o consolo e a lealdade que nos sustentam”.

O papa ainda destacou que o serviço dos gendarmes do Vaticano “se desenvolve sobretudo ‘nos bastidores’. "Vê-se pouco, mas faz muito!”. Ele também os encorajou a desempenharem seu trabalho "juntos, como equipe, em sintonia com quem trabalha há mais tempo".

“É um serviço que protege não só locais e pessoas, mas espelha uma missão, a da Igreja. Vivam, portanto, essa mesma missão, que é o anúncio do Evangelho, com seu uniforme e, acima de tudo, com sua humanidade”, expressou o papa.

Leão XIV também agradeceu às famílias dos gendarmes — “esposas, filhos, pais e mães” —, pois, disse ele, “o seu ‘sim’ também é sustentado pelo ‘sim’ silencioso deles. Sem eles, o seu serviço seria mais frágil. Que o Senhor os abençoe, os proteja e os encha de paz”.

“Que a Virgem Maria seja para vocês um modelo de fé e dedicação, e que são Miguel Arcanjo, que combate o mal em nome de Deus, proteja sempre vocês e suas famílias. Com um coração humilde e fiel, poderão ser testemunha de paz neste Estado pequeníssimo, que tem o horizonte do mundo”, concluiu.