Oct 3, 2025 / 09:11 am
O papa Leão XIV disse ontem (2) que uma "cultura de reconciliação" é necessária para apoiar cerca de 100 milhões de pessoas afetadas pela migração e pelo deslocamento em todo o mundo em seu encontro ontem com os participantes da cúpula Refugiados e migrantes na nossa casa comum, que ocorre de 1 a 3 de outubro, em Roma.
“Assim como o papa Francisco falou da cultura do encontro como antídoto à globalização da indiferença, nós também devemos nos comprometer a enfrentar a globalização da impotência, promovendo uma cultura de reconciliação”, disse Leão XIV aos participantes da cúpula reunidos na Sala Clementina, no Vaticano.
“Nessa forma particular de encontrar os outros, devemos nos encontrar curando nossas feridas, perdoando-nos pelo mal que fizemos e também pelo mal que não fizemos, mas de que carregamos os efeitos”, disse o papa, citando seu antecessor. “Isso requer paciência, disposição para ouvir, capacidade de se identificar com a dor dos outros e o reconhecimento de que compartilhamos os mesmos sonhos e esperanças”.
Falando para cerca de 200 pessoas de 40 países que participaram da conferência de três dias, o papa encorajou os participantes a criarem “planos de ação” baseados nos quatro pilares principais de “ensino, pesquisa, serviço e apoio” para aliviar o sofrimento daqueles afetados pela migração e pelo deslocamento.
No encontro, Leão XIV enfatizou a necessidade de “propor formas concretas de promover gestos e políticas de reconciliação”, especialmente em “terras onde ainda persistem feridas profundas, causadas por conflitos de longa data”.
“Rezo para que seus esforços nesse sentido produzam novas ideias e abordagens, buscando sempre colocar a dignidade de cada pessoa humana no centro de cada solução”, disse o papa.
A cúpula internacional, organizada pelo Instituto Madre Cabrini de Imigração da Universidade Villanova, tem como objetivo reunir instituições educacionais, organizações não governamentais e grupos locais por meio de uma iniciativa de três anos para responder de modo sustentável às necessidades de comunidades vulneráveis.
À luz do Jubileu dos Migrantes e do Jubileu do Mundo Missionário que ocorrerão no fim de semana de 4 e 5 de outubro, Leão XIV pediu aos participantes da cúpula que integrassem dois temas em seus planos de ação: “reconciliação e esperança”.
“Ao formularem seus planos de ação, também é importante lembrar que migrantes e refugiados podem ser testemunhas privilegiadas de esperança por meio de sua resiliência e sua confiança em Deus”, disse ele.
“Encorajo-os a destacar esses exemplos de esperança nas comunidades daqueles a quem vocês servem”, disse também o papa. “Desse modo, eles podem servir de inspiração para outros e ajudar a desenvolver maneiras de lidar com os desafios que enfrentaram em suas próprias vidas”.
A cúpula Refugiados e migrantes na nossa casa comum é apoiada pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e pelo Dicastério para a Cultura e a Educação.
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