5 de dezembro de 2025 Doar
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Igreja na Alemanha não está em confronto com Roma, diz presidente da conferência episcopal

O bispo de Limburgo, Alemanha, Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã. | Deutsche Bischofskonferenz/Marko Orlovic

O bispo de Limburgo, Alemanha, Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã (DBK, na sigla em alemão), defendeu as diretrizes de seu país sobre bênçãos de uniões homossexuais esta semana, dizendo que não havia contradição com a Santa Sé, apesar das recentes críticas do papa Leão XIV.

Bätzing aproveitou seu discurso de encerramento da assembleia de outono para falar sobre essa preocupação. "Construir a questão da desobediência episcopal por parte dos bispos alemães a partir das declarações do papa Leão XIV sobre a Fiducia supplicans é simplesmente absurdo", disse o bispo.

O papa fez a declaração recentemente ao jornal católico online Crux.

“No norte da Europa, já estão publicando rituais de bênção de pessoas que se amam, o que vai especificamente contra o documento que o papa Francisco aprovou”, disse Leão XIV. O documento em questão, Fiducia supplicans, é uma declaração do Dicastério da Doutrina da Fé que permite bênçãos a uniões homossexuais.

Antes mesmo da advertência do papa, cinco dioceses alemãs se recusaram a implementar as diretrizes alemãs, alegando conflitos com a Santa Sé.

Hoje (25), Bätzing disse que essas diretrizes, intituladas As Bênçãos Dão Força ao Amor, foram criadas “em consulta com o Dicastério Romano para a Doutrina da Fé”.

O bispo alemão disse que “a crítica que o papa insinua na entrevista é dirigida à publicação de formulários litúrgicos para rituais formais de bênção” e que “é precisamente isso que os bispos alemães conscientemente não fizeram”.

“O manual criado na Alemanha, Bênçãos Dão Força ao Amor, é uma concretização pastoral da Fiducia supplicans criada em consulta com o Dicastério Romano para a Doutrina da Fé sobre a situação na Alemanha”, disse o presidente da conferência episcopal.

Respondendo à CNA Deutsch, agência em alemão da EWTN, sobre como essa “consulta” foi estruturada, um porta-voz da DBK disse que a conferência não comenta sobre tais assuntos internos por uma questão de princípios.

Contexto do documento da Santa Sé

Fiducia supplicans, publicada em dezembro de 2023 permite que padres deem bênçãos pastorais “espontâneas” a uniões homossexuais e outras pessoas em “situações irregulares”, desde que tais bênçãos não se assemelhem a cerimônias e devem ser muito breves.

Em sua homilia de abertura da missa desta semana, Bätzing falou sobre a autocompreensão teológica da Igreja.

A identidade da Igreja como “sacramento e instrumento de salvação”, conforme formulada pelo Concílio Vaticano II, “não deve ser entendida exclusivamente, como tem sido por séculos”, disse ele, falando sobre a tradicional doutrina “extra ecclesiam nulla salus” (não há salvação fora da Igreja).

A declaração conciliar Nostra aetate  sobre o relacionamento da Igreja com outras religiões se tornou “exemplar para o desenvolvimento posterior da doutrina da Igreja”, possibilitando “o ecumenismo, o diálogo com outras religiões, a aceitação da liberdade de religião e de consciência”, disse Bätzing.

No entanto, outros bispos rapidamente mudaram o foco da assembleia para preocupações diferentes, como o declínio do número de membros.

Crise de associados se aprofunda

Considerando os resultados catastróficos da pesquisa de 2023 de membros da Igreja, o bispo de Mainz, Peter Kohlgraf, enfatizou que “as reformas não são suficientes”.

Segundo a pesquisa, só 22% dos membros da Igreja têm confiança na instituição, abaixo dos 80% registrados na década de 1980. Três quartos (75%) dos membros da Igreja estão pensando em deixá-la.

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Kohlgraf enfatizou: “Mesmo que a Igreja e nós, bispos, como atores responsáveis, implementássemos tal agenda integralmente, os bancos da igreja não ficariam automaticamente cheios novamente, as taxas de batismo não aumentariam e as saídas da Igreja não diminuiriam”.

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