5 de dezembro de 2025 Doar
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Arcebispo de Chicago defende decisão de homenagear senador pró-aborto

O arcebispo de Chicago, EUA, cardeal Blaise Cupich. | Daniel Ibáñez/EWTN

O arcebispo de Chicago, EUA, cardeal Blase Cupich, está defendendo sua decisão de homenagear Richard Durbin, senador democrata pró-aborto do Estado de Illinois, com um prêmio no próximo evento de arrecadação de fundos do ministério de imigração da arquidiocese, Keep Hope Alive (Mantenha a Esperança Viva).

“Recentemente, alguns criticaram a decisão da arquidiocese de Chicago de reconhecer o senador Dick Durbin em nossa arrecadação de fundos anual para nosso ministério de imigração”, escreveu Cupich numa declaração na última segunda-feira (22).

“O senador Durbin me informou há alguns anos que fixou residência em Chicago, registrou-se numa paróquia da arquidiocese e me considera seu bispo”, disse Cupich. “Assim, permaneci fiel às instruções de maio de 2021 da então Congregação para a Doutrina da Fé, aconselhando os bispos a buscarem e dialogarem com políticos católicos dentro de suas jurisdições... como forma de compreender a natureza de suas posições e sua compreensão da doutrina católica”.

Durbin está proibido de receber a Eucaristia na sua diocese natal de Springfield — a capital do Estado — desde 2004. Num artigo publicado ontem (23) na revista First Things, o bispo de Springfield, Illinois, Thomas Paprocki, escreveu que ficou "chocado" ao saber do plano da arquidiocese de Chicago de homenagear Durbin com um prêmio pelo conjunto da obra.

“Como essa decisão ameaça escandalizar os fiéis e ferir os laços da comunhão eclesial, ela deve ser revertida”, disse ele. Segundo Paprocki, Durbin votou até para bloquear lei que proíbe abortos pós-parto e contra proteção para bebês que sobrevivem a abortos que não deram certo.

À luz do histórico de Durbin, Paprocki disse que “é absurdo que o senador Durbin receba um prêmio do gabinete de dignidade humana e solidariedade”.

Paprocki destacou que conceder um prêmio a Durbin viola as doutrinas da Igreja e vai contra o que a Conferência de Bispos Católicos dos EUA disse sobre o assunto, assim como as próprias políticas da arquidiocese de Chicago sobre honrarias e prêmios, que dizem: "Qualquer entidade católica sujeita à autoridade do arcebispo de Chicago... não concederá prêmios ou honrarias ou sediará apresentações, oportunidades de palestrar ou aparições de indivíduos ou organizações cuja posição pública seja contrária aos princípios morais fundamentais da Igreja Católica".

O bispo de Springfield disse também que Cupich não o consultou “sobre esse prêmio” nem o notificou “sobre sua decisão", apesar de Durbin permanecer sob seus cuidados como residente de Springfield.

“Essa falha em consultar um irmão bispo a respeito de um membro de sua diocese é ainda mais preocupante, dado o fato de que o cardeal Cupich sabe que o senador Durbin não tem permissão para receber a Sagrada Comunhão na diocese de Springfield, em Illinois, desde 2004”, disse também Paprocki.

Respondendo às críticas, Cupich disse: “No cerne da ética consistente da vida está o reconhecimento de que a doutrina católica sobre a vida e a dignidade não pode ser reduzida a uma única questão, mesmo uma questão tão importante quanto o aborto”.

Cupich enfatizou que Durbin seria homenageado por seus esforços para promover a doutrina social católica em migração, cuidado com os pobres, a encíclica do papa Francisco Laudato si', e a paz mundial. Cupich, criado cardeal por Francisco, foi um dos bispos mais alinhados com o papa argentino.

“O reconhecimento de sua defesa dos migrantes neste momento, quando eles estão sujeitos ao terror e ao mal, não é algo a ser lamentado, mas um reflexo de que o Senhor está profundamente ao lado dos imigrantes que estão em perigo e daqueles que trabalham para protegê-los”, disse Cupich.

Numa publicação na rede social X, o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, expressou sua solidariedade a Paprocki e pediu a Cupich que "reconsiderasse" conceder a Durbin um prêmio pelo conjunto da obra, "dado seu longo histórico de apoio ao aborto legal".

“Espero que esse seja um chamado claro a todos os membros do corpo de Cristo para que se manifestem e deixem claro o grave mal que é tirar vidas humanas inocentes”, disse também Cordileone.

O bispo de Lincoln, Nebraska, James Conley, disse na rede social X ontem (23) à tarde que ficou "chocado e perplexo" quando soube da decisão de Cupich de conceder o prêmio a Durbin, dizendo que as ações do senador sobre o aborto vão "contra os princípios morais fundamentais da Igreja Católica".

“O histórico público do senador tem sido consistentemente pró-aborto e ele se opõe a qualquer proteção ou salvaguarda para crianças ainda não nascidas no útero, chegando ao ponto de rejeitar a legislação para proteger crianças que sobrevivem a abortos falhos”, escreveu Conley.

Ele disse que "ainda há tempo para reconsiderar a decisão" de premiar o político pró-aborto. "Rezo pelo bem da Igreja para que esse prêmio não seja concedido ao senador Durbin e que o escândalo que provavelmente causará aos fiéis seja evitado".

Em resposta à última declaração de Cupich, num e-mail enviado à CNA, agência em inglês da EWTN, Mary Kate Zander, presidente do gruppo pró-vida Illinois Right to Life, citou o Catecismo da Igreja Católica, que diz: “A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canônica da excomunhão este delito contra a vida humana” (CIC 2272).

“O assassinato de uma criança indefesa no útero é um grave mal moral”, disse Zander à CNA. “A aparente indiferença do cardeal Cupich a essa realidade é escandalosa em todos os sentidos da palavra. Sua ambiguidade é um grande risco para todas as pessoas que possam ser afetadas pela falta de clareza sobre essa questão”.

Segundo Zander, o histórico de Durbin em relação à imigração "simplesmente não importa, quando ele se recusa a reconhecer que é mau assassinar uma criança ainda não nascida". Além disso, disse ela, o apoio de Durbin ao aborto, especialmente ao aborto por nascimento parcial, coloca sua alma "em sério risco".

“Nossa organização dará continuidade ao nosso protesto e pretendemos trabalhar com organizações pró-vida locais, estaduais e nacionais para esclarecer esse evento altamente escandaloso”, disse ela. “Não se enganem: o Senhor sempre estende Sua infinita misericórdia àqueles que a buscam, mas esperamos que ninguém se sinta confundido pelas ações do cardeal — o aborto é um pecado gravíssimo”.

 

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