5 de dezembro de 2025 Doar
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Carisma une Marta e Maria, serviço e oração, diz carmelita secular

Carmelo da Imaculada Conceição em Camaragibe (PE). | Crédito: Arquivo pessoal.

“Minha espiritualidade está presente quando rezo a Liturgia das Horas, preparo o almoço, cuido do meu esposo, ensino aos meus alunos”, diz Vanessa Cavalcante de Miranda Custódio. Além de professora universitária, ela pertence à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares. “Nossa espiritualidade é marcada pela consciência de que o meu dia a dia é um ato de obséquio ao Senhor”, disse Vanessa.

A vocação carmelita secular une Marta e Maria, oração e serviço, disse Vanessa à ACI Digital, referindo-se à passagem do Evangelho Segundo São Lucas (10, 38-42) que mostra as duas irmãs de Lázaro, Marta e Maria, optando por se azafamar com o cuidado com os convidados, Marta, ou sentar-se aos pés de Jesus para escutá-lo, Maria.

A espiritualidade “também reverbera nos momentos de lazer onde valorizamos mais a presença do que o consumismo”, diz Vanessa. “Estar com quem amamos seja pra conversar coisas do dia a dia, seja ir ao cinema, visitar um parque, assistir um bom filme com uma pipoca no sofá de casa esses momentos são ricos de presença, oportunidades de gerar vida fraterna com os irmãos e de amadurecimento do laço conjugal”.

“A espiritualidade visa a maturidade integral da pessoa sem exageros nem fanatismo sendo toda de Deus”, continua.

A Ordem Carmelita Secular reúne solteiros, casados, viúvos, celibatários e sacerdotes diocesanos chamados a viver a espiritualidade carmelita no mundo, integrando oração, devoção mariana e vida apostólica à rotina familiar, profissional e social. Diferente dos carmelitas de clausura, os seculares permanecem em suas casas, vivem a vida no mundo, mas seguem as mesmas orientações espirituais e carisma da Ordem.

"É importante salientar que toda pessoa interessada em ser Carmelita secular passa pelo discernimento vocacional junto à comunidade que se reúne. Não basta apenas gostar do Carmelo, é preciso compreender se é chamado a ser secular", diz Vanessa.

Formada em História, com especializações em Pedagogia, ela descobriu a espiritualidade carmelita em 2012, a partir de leituras que a aproximaram da tradição de santa Teresa de Jesus e são João da Cruz.

“Cada descoberta fazia meu coração arder de felicidade”, disse Vanessa. No mesmo ano, participou da profissão solene de três monjas no Carmelo da Imaculada Conceição, em Camaragibe (PE). “Ali entendi que estava em casa. Apesar de saber desde sempre que não tinha vocação para ser monja carmelita, entendi quão importante é a vocação para a humanidade e sua santificação”.

Vanessa criou o perfil Flores do Carmelo para divulgar nas redes sociais a vocação contemplativa das carmelitas de clausura. Pouco depois, conheceu a Ordem Secular do Carmelo Descalço, que reúne pessoas chamadas a viver a espiritualidade no mundo.

"Em 2017, uns bons anos depois de ter conhecido o Carmelo, já casada e morando em outra cidade, Petrolina (PE), que faz divisa com a Bahia, comecei a me comunicar com as irmãs do Carmelo Ressurreição e Santa Edith Stein em Senhor do Bonfim (BA) e dessa amizade nasceu a possibilidade da fundação de uma ordem secular no Carmelo, o grupo Maria Felícia de Jesus Sacramentado", conta.

A fundação do grupo foi abraçada pela Província São José e pelo Carmelo Ressurreição e Santa Edith Stein. Os encontros começaram a acontecer nas instalações do Carmelo.

Embora o grupo não se reúna com as monjas, pois elas vivem em clausura, partilha com elas alguns momentos de festa e solenidade. As monjas permanecem na clausura, enquanto os seculares participam das celebrações do lado de fora.

A caminhada vocacional na OCDS se dá em etapas: admissão, promessas temporárias e promessas definitivas, segundo os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, conforme o estado de vida de cada pessoa. Essa entrega estabelece um vínculo espiritual e jurídico com a ordem dos Carmelitas descalços.

Hoje, a Província São José, que reúne Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, conta com 68 comunidades e grupos de carmelitas seculares. No Brasil, a Ordem também se organiza na Província Nossa Senhora do Carmo, no Sul.

“O Carmelo é uma escola de santos”, diz Vanessa. “Estar em contato com o Carmelo é ter a oportunidade de crescimento humano e espiritual, via que molda a alma para alcançar o céu”.

"Quando falo sobre a espiritualidade carmelita oportunizo outras pessoas a terem uma conversão de vida, assim como um dia aconteceu comigo. O amor que sinto não me permite reter nada, meu único desejo é fazer o Carmelo amado e conhecido seja através do Apostolado Flores do Carmelo ou no cotidiano vivendo minha vocação como Carmelita secular", concluiu.

Para conhecer a vocação a pessoa interessada deve participar das reuniões da ordem secular de modo presencial duas vezes ao mês, recebendo formação e convivendo fraternalmente com os irmãos.

Saiba mais AQUI.

 

Carmelo Ressurreição e Santa Edith Stein, Senhor do Bonfim (BA). Crédito: Arquivo pessoal.

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