5 de dezembro de 2025 Doar
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Grupo para acolher judeus convertidos ao catolicismo é lançado em Israel

O bispo Yaacoub Camil Afram Antoine celebra a missa de lançamento da Associação dos Católicos Hebreus na sexta-feira (8), na igreja católica siríaca de São Tomás, em Jerusalém. | Yarden Zelivansky

Um grupo dedicado a fornecer um espaço acolhedor para judeus convertidos ao catolicismo foi lançado em Israel.

A Associação de Católicos Hebreus celebrou seu lançamento oficial com uma missa na sexta-feira (8), véspera da festa de sua padroeira, santa Teresa Benedita da Cruz, que era uma judia convertida ao catolicismo.

O exarca católico siríaco de Jerusalém, bispo Yaacoub Camil Afram Antoine, foi o anfitrião do evento e celebrou a missa, que aconteceu na igreja católica siríaca de Santo Tomás, em Jerusalém.

Yarden Zelivansky, judeu convertido ao catolicismo e membro das Forças de Defesa de Israel (FDI) que trabalhou para trazer a Associação de Católicos Hebreus para Israel, disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que cerca de 30 pessoas compareceram ao evento.

Zelivansky disse que espera que, à medida que o grupo cresça, seus principais eventos planejados ao longo do ano atraiam mais pessoas.

“Aqui em Israel, escolhemos como padroeiro local santo Ângelo de Jerusalém, que era um judeu convertido à fé e cresceu em Jerusalém”, disse Zelivansky, destacando o histórico de evangelização do santo carmelita com a comunidade judaica local.

“Quase todos os santos católicos hebreus são carmelitas”, disse.

A Associação de Católicos Hebreus foi fundada pelo padre carmelita Elias Friedman, OCD, um judeu convertido ao catolicismo que vivia no mosteiro Stella Maris no monte Carmelo, em Haifa, Israel.

O grupo planeja fazer vários eventos, como a celebração do dia de santo Ângelo, além da observância de alguns dos principais feriados judaicos. "Planejamos ver como podemos celebrar [os feriados judaicos] à luz de Cristo", disse Zelivansky.

“Muitos de nós vemos na liturgia judaica e nos feriados judaicos, visto que são originários do Antigo Testamento, elementos cristológicos muito, muito fortes”, disse. “Por isso, planejamos celebrar todos esses feriados de um modo modificado, que revele Cristo que já está neles, como o vemos”.

Como apostolado leigo, o grupo não criará paróquias nem facilitará os sacramentos. O vicariato de São Tiago, o Justo, fundado de forma semelhante para católicos de língua hebraica e que faz parte do Patriarcado Latino de Jerusalém, já está em funcionamento para fazer isso.

“Estamos tentando criar esse espaço onde nos concentraremos mais na cultura judaica, que pode ou não ser em hebraico”, disse ele. “Há muitas pessoas que vieram da União Soviética nos últimos anos e cuja identidade judaica é muito importante para elas, então podemos acabar tendo atividades em russo também. Nosso foco não é linguístico, é cultural”.

Além de ter o apoio do patriarcado siríaco, Zelivansky se encontrou e garantiu a aprovação do grupo com o patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, OFM, e vários outros líderes de comunidades de fé menores dentro da Igreja, os quais, segundo ele, "estão todos muito animados para ver onde isso vai dar".

Como a maioria do grupo é canonicamente latina, Zelivansky disse que queria a aprovação do patriarca. "Acho que nunca conheci alguém que não fosse de origem judaica e que entendesse tão bem essa questão", disse Zelivansky sobre Pizzaballa. No encontro, ele disse ter conversado com Pizzaballa sobre o grupo, a teologia, o estado atual da Igreja e o papa Leão XIV.

“Foi uma conversa maravilhosa”, disse. “[Pizzaballa] é um homem encantador, e foi realmente um prazer ver o quanto ele entende essa questão”.

Recepção em Israel

As reações à Associação dos Católicos Hebreus provavelmente serão "mistas", segundo Zelivansky. "Como qualquer outro país da região, Israel é composto por muitas subculturas diferentes".

Por exemplo, disse, embora os judeus seculares provavelmente permaneçam indiferentes, a comunidade judaica religiosa pode discordar do grupo, não por ser uma comunidade cristã, mas por ser uma comunidade de judeus convertidos. No entanto, ele disse que o objetivo da associação não é evangelizar, mas sim alcançar judeus já convertidos.

No fim das contas, para o que Zelivansky está "mais animado" é ver como os cristãos ortodoxos que têm origem judaica ou judeus messiânicos reagirão à associação.

“Acho que o que muita gente não entende é que os judeus historicamente rejeitaram o cristianismo, não só pela teologia, mas também pela cultura”, disse. “Porque, para os judeus, sua herança e cultura não são só uma questão étnica”.

Os judeus frequentemente "rejeitaram o cristianismo porque foram forçados a se assimilar ou porque se esperava que se assimilassem quando isso acontecesse", disse Zelivansky. "E é inimaginável que deixem de ser judeus porque é a herança que receberam de Deus".

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“Acredito que ser capaz de manter essa herança sendo ortodoxamente católico, quando a Igreja realmente souber como facilitar isso para o povo de Israel, será um momento histórico”, disse.

Origens

“A ideia [da associação] é que em cada cultura em que o catolicismo, o cristianismo, foi introduzido, a fé foi inculturada, seja qual for a cultura”, disse Zelivansky, apontando para as expressões de vários ritos dentro da Igreja, que podem ser distinguidos por suas liturgias e expressões musicais.

No entanto, disse Zelivansky, "na maior parte da história cristã, os judeus que se converteram simplesmente não tiveram essa oportunidade por diferentes razões". Os judeus convertidos ao catolicismo que viviam na França, Itália ou Alemanha "eram obrigados a se assimilar à cultura local".

“Com o tempo, alguns convertidos perceberam a necessidade de criar esse espaço para ver como seria se os judeus pudessem manter sua identidade judaica como católicos”, disse Zelivansky. “E é disso que se trata [a associação], criar esse espaço onde se pode trazer a cultura judaica para a fé, para a Igreja, e ver como isso se concretiza na prática”.

Embora Israel tenha o vicariato de São Tiago, o Justo, Zelivansky disse que a demografia do corpo eclesial mudou ao longo dos anos. A maioria dos jovens "não são judeus convertidos à fé, mas são, por exemplo, filhos de imigrantes locais e requerentes de asilo cuja língua nativa é o hebraico, já que cresceram [em Israel]", disse.

Embora o vicariato faça o trabalho necessário, disse Zelivansky, a associação é mais voltada para ministrar aos judeus convertidos.

Por isso, disse, “decidimos trazer o trabalho para cá”.

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