5 de dezembro de 2025 Doar
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Bispo americano critica pagamento por caso de abusos de que a Santa Sé o inocentou

O papa Francisco cumprimenta o bispo Nicholas DiMarzio, do Brooklyn, no Vaticano, na visita ad limina da Região II da USCCB, em 15 de novembro de 2019. | Vatican Media

Um bispo dos EUA está criticando duramente o grande pagamento feito às suas acusadoras, mesmo depois da Santa Sé ter dito que não encontrou nenhuma prova de abusos cometidos por ele.

Mitchell Garabedian, advogado de Boston que representou várias vítimas católicas de abuso, disse num comunicado à imprensa esta semana que dois acusadores do bispo emérito do Brooklyn, Nicholas DiMarzio, receberam pagamentos separados ao menos US$ 100 mil em acordos para resolver suas acusações de abuso.

Os dois acusadores alegaram que DiMarzio havia abusado deles nas décadas de 1970 e 1980, quando o bispo era padre em Nova Jersey. Os homens tornaram públicas as alegações em 2019 e 2020.

Ambos os acusadores entraram com ações judiciais contra DiMarzio e a arquidiocese de Newark em 2021. Mais tarde naquele ano, a então Congregação para a Doutrina da Fé concluiu que as alegações não tinham "nenhuma aparência de verdade".

O próprio DiMarzio negou repetida e veementemente as acusações. Numa declaração esta semana, o bispo aposentado reafirmou essas negações. "Como eu disse desde o início, em meus cerca de 50 anos de sacerdócio, nunca abusei de ninguém", disse ele. 

O arcebispo destacou que uma “exaustiva investigação canônica de dois anos” limpou seu nome e que ele “fez um teste no detector de mentiras e passou”.

“Não autorizei esses acordos porque não abusei de ninguém”, disse DiMarzio esta semana. 

O advogado do bispo, Joseph Hayden, disse num comunicado que a investigação que inocentou DiMarzio foi conduzida "por empresas independentes, chefiadas por um ex-promotor federal e ex-diretor do FBI". As investigações foram conduzidas sob as diretrizes do motu proprio Vos estis lux mundi, promulgadas pelo papa Francisco, disse ele. 

Uma porta-voz da arquidiocese de Newark disse nesta semana que a arquidiocese "optou por resolver os processos para evitar os custos do litígio e ajudar a resolver questões dolorosas para todos os envolvidos".

Hayden descreveu os pagamentos como “uma decisão comercial”. 

“O bispo DiMarzio não autorizou nem aprovou os acordos, nem participou de nenhuma negociação de acordo”, disse o advogado. “Na verdade, ele não assinou os acordos de conciliação, nem os acordos de conciliação admitiram responsabilidade por parte da arquidiocese ou do bispo DiMarzio”. 

'Uma farsa de investigação'

Enquanto isso, numa declaração à CNA, agência em inglês da EWTN, Garabedian contestou os resultados das conclusões da Santa Sé de 2021 sobre as alegações de abuso. 

Descrevendo o inquérito como uma “farsa”, Garabedian disse que os investigadores não perguntaram diretamente a um dos acusadores sobre se ele havia sido abusado pelo bispo. 

A decisão da Santa Sé "não foi surpreendente, dado o acobertamento que a Igreja Católica vem praticando ao investigar abusos sexuais cometidos pelo clero ao longo das décadas", disse o advogado.

DiMarzio renunciou ao cargo de bispo do Brooklyn em 2021, logo depois da Santa Sé inocentá-lo das acusações de abuso.

As diretrizes da Vos estis lux mundi sob as quais DiMarzio foi investigado foram promulgadas elo papa Francisco em 2019 antes de se tornarem permanentes em 2023. 

As normas revisadas estabeleceram relatórios obrigatórios para clérigos e religiosos, exigiram que cada diocese tivesse um mecanismo para relatar abusos e colocaram o arcebispo metropolitano no comando das investigações de acusações contra bispos sufragâneos.

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