Aug 8, 2025 / 14:48 pm
A celebração do Dia dos Pais no segundo domingo do mês de agosto marca o início da Semana Nacional da Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Promovida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) a semana propõe encontros de oração, formação e evangelização em torno da valorização da família, buscando envolver todas as gerações e vocações.
A edição de 2025 tem o tema “É tempo de Júbilo em nossa vida”, inspirada na carta de são Paulo aos Romanos (Rm 5,5). Segundo o bispo de Ponta Grossa (PR), dom Bruno Versari, presidente da CNPF, a proposta deste ano é ser “presença concreta de esperança”.
“Somos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldades”, disse o bispo. “A família vive momentos de grande turbulência”.
O papa Leão XIV em suas primeiras manifestações destacou a centralidade da família fundada na união estável entre homem e mulher. O papa Francisco (1936-2025) ao longo dos 12 anos de pontificado declarou em mais de uma ocasião sua preocupação sobre o tema das baixas taxas de natalidade registradas, especialmente na Europa.
O Brasil também enfrenta esse problema. No Rio Grande do Sul, porém, um número crescente de novas famílias católicas que seguem o mandato de Deus “crescei e multiplicai” desafia esse quadro.
Segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o registro de nascidos vivos no Estado caiu pelo sétimo ano seguido. A taxa de fecundidade de 1,58 filho é a sétima menor do Brasil. Em 1970, este indicador era de 4,3 filhos por mulher no Brasil e 5,8 no Rio Grande do Sul.
Vocação amadurecida em Deus
Taiana Maia, 33 anos, reside em Porto Alegre. É casada há oito anos e mãe de sete filhos. A mais velha, Teresa, tem sete anos. Joana, a mais nova, cinco meses.
“Foi somente depois de conhecer a Deus, passar por um profundo discernimento vocacional e entender os planos que Ele tinha para minha vida que comecei a me abrir ao dom da maternidade”, diz Taiana.
Ela precisou tomar uma decisão difícil em relação à carreira que tinha escolhido e pela qual era apaixonada. “Quando engravidei da nossa primeira filha, não tive a oportunidade de atuar na minha área como técnica em radiologia, pois a exposição à radiação poderia causar má-formação ou até mesmo a morte do bebê”.
Planejar para a vida
O planejamento familiar foi a forma não de limitar o número de filhos, mas sim de permitir que eles nascessem. “Meu esposo [Cristiano] me indicou diversos livros e eu mergulhei no mundo do empreendedorismo”, conta Taiana, que hoje atua em marketing digital. “Esse trabalho me permite conciliar a criação dos filhos, o cuidado com a casa e, ainda assim, alcançar uma renda maior do que eu teria como técnica em radiologia”.
Karolina Borges Alcará teve os seus dois primeiros filhos enquanto estava na faculdade. A gestação foi conciliada com os livros e contou com o apoio dos colegas e dos professores. “O primogênito, Moisés, ia comigo para a aula”, conta a psicoterapeuta de 38 anos, casada há 20 anos. O bebê “virou mascote da turma. Sempre se comportou, o professor deu aula com ele no colo, até aprendeu a engatinhar na sala de aula”.
Karolina tem quatro filhos de 16 a quatro anos de idade. “A Igreja nos orienta a paternidade responsável, levando em consideração alguns aspectos no planejamento familiar”, comenta Karolina.
“O econômico é um desses aspectos, mas não é o único”, diz. “Deus não nos pede um número de filhos, ele pede que possamos olhar com carinho em cada circunstância e planejar ‘mais um’. Entendemos que o planejamento familiar é importante, pois ele também é a abertura à vida”, enfatizou Karolina.
Para ela, “casar e ter filhos sempre foi um desejo”. “Ter uma família, casa cheia de vida, era parte das imagens que eu projetava quando pensava no futuro”, diz.
Para Thiago Lacerda, 32 anos, casado há seis anos e pai de quatro filhas, a consciência da vocação à paternidade ocorreu quando se converteu à Igreja Católica, aos 17 anos. “Eu sempre tive no coração essa certeza — não um desejo, exatamente, mas uma certeza — de que seria pai, mesmo antes de ser católico”, contou.
Thiago e sua mulher, Bibiana, entendem que o planejamento se baseia na consciência de que os filhos são enviados por Deus. “Nós ‘planejamos’ a vida tendo em mente que não podemos planejar os filhos”, disse ele. “Não cabe a nós decidir se temos filhos ou não. É simples como isso.”
Para Thiago, estar aberto à vida é fazer escolhas. “As pessoas não sabem mais o que é necessário, o que é luxo, o que vaidade, o que é inegociável”.
“Olhando para as nossas finanças hoje muitas pessoas diriam que não deveríamos ter um filho sequer, comenta. “Bom, estamos aí, com quatro princesas que, graças a Deus, não passam nenhuma necessidade e têm uma vida ótima, ainda que não tenham acesso a nenhum desses luxos.”
Família, fé e Igreja como suporte
“Conviver com famílias que educam seus filhos sobre os princípios e valores cristãos, passa a todos a segurança de que não estão sozinhos”, disse Daniele da Silva Oliveira. Casada há 13 anos, a moradora de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, é mãe de quatro filhos, com idades de 12 ano a dois anos.
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“A maternidade sempre foi um desejo do meu coração desde a minha juventude”, disse ela. “Sempre sonhei em casar, constituir uma família e ser mãe.”
Para Thiago, ter os familiares e amigos por perto para criar as quatro filhas é um presente de Deus, mas ele reforça a importância de os pais serem o centro da educação. “Temos muitos amigos como parte da nossa família, somos amigos desde o grupo de jovens, alguns deles já com vários filhos também — todas as crianças são amigas entre si”.
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