Jul 29, 2025 / 15:43 pm
Edward Peters, professor de direito canônico, é o terceiro membro do corpo docente do seminário de Detroit, EUA, a anunciar que foi demitido pelo arcebispo de Detroit, Edward Weisenburger, nos últimos dias.
Peters, de 68 anos de idade, dava aulas no seminário maior do Sagrado Coração desde 2005.
“Meu contrato de ensino no Seminário Maior do Sagrado Coração foi rescindido pelo arcebispo Weisenburger esta semana. Contratei um advogado”, escreveu Peters nas redes sociais na última sexta-feira (25) à noite. “Exceto oferecer minhas orações por aqueles afetados por essa notícia e pedir as deles em troca, não tenho mais nada a fazer neste momento”.
Um representante da arquidiocese de Detroit se recusou a comentar sobre o caso ontem (28), dizendo por e-mail ao jornal National Catholic Register, da EWTN, que "a arquidiocese de Detroit não comenta sobre assuntos de pessoal arquidiocesano ou de seminário".
Peters é conselheiro da Assinatura Apostólica, o mais alto tribunal administrativo da Santa Sé. Ele foi nomeado pelo papa Bento XVI para o cargo em maio de 2010, "tornando-se o primeiro leigo assim nomeado desde a reconstituição da Assinatura há cerca de 100 anos", segundo uma biografia online.
Peters fez um doutorado em direito canônico pela Universidade Católica da América em 1991.
Ele publicou uma tradução em inglês do Código de Direito Canônico de 1917 em 2001 e uma história textual do Código de Direito Canônico de 1983 em 2005.
Dois teólogos — Ralph Martin, de 82 anos de idade, e Eduardo Echeverria, de 74 anos de idade — foram demitidos do seminário de Detroit em 23 de julho, disseram eles ao Register na semana passada.
Martin disse ao Register que a demissão foi "um choque" e que ele não recebeu uma explicação completa.
“Quando pedi uma explicação, ele disse que não achava que seria útil dar detalhes, mas mencionou algo sobre ter preocupações quanto às minhas perspectivas teológicas”, disse Martin numa declaração por escrito.
Uma coisa que todos os três ex-membros do corpo docente têm em comum é terem criticado o papa Francisco publicamente durante o pontificado.
No caso de Peters, ele criticou o papa Francisco em seu blog de direito canônico, chamado In Light of the Law (À Luz da Lei).
Em abril de 2016 , ele descreveu o que chamou de "falhas de escrita" na exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, escrita pelo papa Francisco , destacando o interesse de Francisco em permitir que católicos divorciados e recasados civilmente "em certos casos" tenham "a ajuda dos sacramentos", como a Sagrada Eucaristia.
Peters escreveu que a encíclica faz o que ele chamou de "um sério abuso de uma decisão conciliar" do Vaticano II quando confunde a abstinência periódica de relações sexuais que um casal pode fazer com o que ele chamou de "angústia" que "adúlteros públicos experimentam quando param de se envolver em relações sexuais ilícitas".
Em agosto de 2018, Peters criticou declarações do papa Francisco condenando a pena de morte, referindo-se ao que ele chamou de "sérias questões magistrais que eu acho que a nova formulação de Francisco engendrou" e dizendo que tinha "graves preocupações" sobre a "alteração" do Catecismo da Igreja Católica pelo papa Francisco sobre essa questão.
O arcebispo Weisenburger, que tomou posse da arquidiocese de Detroit em 18 de março depois de ser bispo de Tucson, Arizona, por cerca de sete anos, é um admirador do papa Francisco, como disse numa entrevista coletiva em 21 de abril, dia da morte do papa argentino. O arcebispo chamou Francisco de "o homem perfeito na hora certa" e sugeriu que ele era "um santo".
As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada
Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.
Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós!
Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.
Doar