5 de dezembro de 2025 Doar
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Único padre católico de Gaza é ferido em ataque das Forças de Defesa de Israel

Padre Gabriel Romanelli com o patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, celebrando a missa de Natal na paróquia Sagrada Família em Gaza, em dezembro do ano passado. | Patriarcado Latino de Jerusalém.

A igreja da Sagrada Família em Gaza foi atingida hoje (17) por um ataque aéreo em meio a uma nova onda de bombardeios das Forças de Defesa de Israel que feriu várias pessoas, entre elas o padre argentino Gabriel Romanelli.

A informação foi confirmada pelo patriarcado latino de Jerusalém num comunicado oficial divulgado hoje. Segundo relatos iniciais, o ataque não causou mortes, mas feriu várias pessoas.

A Cáritas Jeruslaém confirmou depois que duas pessoas morreram no ataque aéreo.

Segundo a Cáritas Jerusalém, os dois mortos estavam do lado de fora do prédio paroquial, que foi convertido em abrigo para cerca de 500 pessoas desde o início dos confrontos em outubro de 2023, quando o projétil atingiu o local.

Eles são Saad Salameh, de 60 anos de idade, zelador da paróquia, que estava no pátio no momento da explosão; e Fumayya Ayyad, de 84 anos de idade, que estava sentada dentro de uma tenda de apoio psicossocial da Cáritas quando a explosão lançou estilhaços e detritos pela área.

Ambos foram levados para o hospital Al-Mamadani, a um quilômetro da igreja, mas morreram pouco depois devido à "grave escassez de recursos médicos e unidades de sangue em Gaza", diz comunicado da Cáritas Jerusalém.

O vigário do patriarcado para Jerusalém e Palestina, monsenhor William H. Shomali, confirmou pouco depois à rede de televisão em língua árabe Alaraby que sete pessoas ficaram feridas, duas das quais estavam em estado grave.

Segundo o jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o padre Romanelli sofreu ferimentos na perna e foi hospitalizado, embora seu estado não pareça ser crítico.

O prédio da paróquia, a única igreja católica na faixa de Gaza, foi convertido num abrigo improvisado no início da atual guerra, onde hoje vivem cerca de 500 pessoas. A maioria são cristãos ortodoxos, protestantes e católicos, mas a paróquia também serve de abrigo para cerca de 50 crianças muçulmanas com deficiência e suas famílias.

Por semanas, as 541 pessoas abrigadas no complexo paroquial suportaram o barulho diário das bombas caindo nas áreas ao redor, especialmente no bairro residencial de al-Zaytun, na Cidade de Gaza.

Apesar da insegurança, o padre do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) permaneceu em Gaza nos últimos meses, acompanhando a comunidade católica local em meio ao conflito. Ele foi evacuado para Jerusalém em 2023, mas decidiu voltar, num gesto que demonstra compromisso pastoral e resiliência espiritual.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, condenou o incidente.

"Os ataques israelenses em Gaza também atingiram a igreja da Sagrada Família", escreveu ela em seu perfil nas redes sociais. "Os ataques contra a população civil que Israel vem fazendo há meses são inaceitáveis. Nenhuma ação militar pode justificar tal atitude".

Outro ataque em dezembro de 2023

Não é a primeira vez que a paróquia da Sagrada Família, que tem sido um ponto de ajuda humanitária desde o início da guerra em outubro de 2023, é atacada. Em dezembro daquele mesmo ano, duas mulheres foram mortas a tiros por um atirador israelense dentro da igreja.

Sete pessoas também ficaram feridas no tiroteio, que teve como alvo vários moradores de Gaza. Na época, o patriarcado de Jerusalém condenou o ataque "a sangue frio" no perímetro da paróquia, onde não havia "combatentes".

Esse último ataque a um local de culto levanta novas preocupações sobre a situação de civis e comunidades religiosas envolvidas no conflito. A Igreja na Terra Santa pede repetidamente respeito pelos locais sagrados e à proteção da população civil, independentemente da sua fé.

Espera-se que o patriarcado latino divulgue mais informações nas próximas horas quando confirmar os detalhes do ataque.

Uma delegação da Organização das Nações Unidas (ONU) fez uma visita surpresa à paróquia em 1º de julho, a única igreja católica de rito latino em Gaza, que abriga centenas de pessoas deslocadas pela guerra.

Segundo o Serviço de Informações Religiosas (SIR), agência de notícias da Conferência Episcopal Italiana (CEI), representantes do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) visitaram a igreja para avaliar a situação atual.

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