Jul 14, 2025 / 15:33 pm
“Os únicos homens permitidos em nossas reuniões serão os muito jovens”, disse Ruth Lewis, uma das fundadoras do MoMa Breastfeeding, grupo de apoio recém-lançado para mães que amamentam.
O grupo foi fundado por ex-administradores da La Leche League Great Britain, que dizem ter sido expulsos do grupo por acreditarem que somente mulheres podem amamentar.
“Como conselheiros experientes em amamentação, vimos habilidades e conhecimento sendo perdidos devido a mudanças na linguagem e ao abandono da prática centrada na mãe”, diz o site do MoMa Breastfeeding. “O apoio às mães e às crianças que protegem a díade mãe-bebê é mais necessário do que nunca”.
La Leche League foi fundada em 1956 por sete mulheres católicas de Illinois, EUA. Elas deram o nome azo grupo em homenagem a Nossa Senhora do Leite, La Leche, em espanhol. O grupo defendia a amamentação natural, em oposição à ideia dos médicos pediatras da época de que o uso de fórmula era mais saudável.
Mesmo não sendo oficialmente católica, a liga La Leche apoiava o planejamento familiar natural e outras doutrinas morais da Igreja.
Isso mudou. Nos últimos anos, o grupo adotou a teoria de gênero e hoje usa termos que se referem à amamentação de modo que fale a ambos os sexos e permitindo que homens que se identificam com o sexo oposto participem das reuniões.
Teoria de gênero é a ideia de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
Por causa disso, Marian Thompson, de 95 anos de idade, uma das fundadoras da liga renunciou a seu cargo no conselho de La Leche League International no ano passado.
No início do ano passado, seis curadores do grupo no Reino Unido foram suspensos depois de se manifestarem contra a inclusão de homens em espaços exclusivos para mulheres e a nova linguagem confusa ao conselho internacional sediado nos EUA, do qual fazem parte membros do mundo todo.
O grupo internacional emitiu uma ordem no início do ano passado para que todas as afiliadas na Grã-Bretanha dessem apoio à amamentação a todos os que amamentam, independentemente de sua "identidade de gênero" ou sexo.
La Leche League “International e um pequeno número de colegas curadores [do capítulo britânico] minaram nossos esforços e não nos deixaram outra escolha a não ser alertar a Comissão de Caridade”, disse o grupo. “Gostaríamos de garantir aos líderes do grupo e às mães que se beneficiam dos serviços da LLLGB que estamos confiantes de que a lei está do nosso lado, já que mãe é um termo baseado no sexo na lei do Reino Unido”.
A Suprema Corte do Reino Unido decidiu em abril que o sexo é determinado pela biologia, decisão bem recebida pelos fundadores do MoMa e pelos defensores da realidade biológica em todo o mundo.
“A La Leche League International nos chamou de intolerantes e odiosos, mas só estávamos tentando proteger o relacionamento mãe-bebê”, disse Ruth Lewis, porta-voz do grupo, à CNA, agência em inglês do grupo EWTN.
A missão do MoMa é dar apoio gratuito e voluntário de mãe para mãe, desde a gravidez até o desmame diz grupo.
“A linguagem neutra em termos de gênero é prejudicial”, diz Lewis. “Quando você diz pais em vez de mãe, isso prejudica o relacionamento. Torna as informações de acesso mais difícil, especialmente para mães com dislexia ou cuja primeira língua não é o inglês”.
Justine Lattimer é advogada especializada em proteção infantil, cofundadora e diretora do MoMa, e cuja irmã é ex-administradora do LLLGB.
“As necessidades do bebê foram negligenciadas em toda essa conversa sobre amamentação e pais”, disse Lattimer à CNA. “Tudo se resume ao que os pais querem. Nada se resume às necessidades do bebê”.
“Um bebê nasce esperando ser amamentado — é um imperativo biológico”, diz Lattimer. “A mãe é a resposta completa para todas as perguntas do bebê nesses primeiros momentos”.
Lattimer diz que a amamentação é mais do que nutrição. É conforto, vínculo e a conexão tátil e emocional entre uma mãe e seu filho.
“Amamentar faz parte da maternidade”, diz ela. “Faz parte do aprendizado natural da mãe de ser responsiva na criação dos filhos”.
“Muitas coisas aconteceram ao longo do século XX que romperam um pouco esse relacionamento”, diz também Lattimer. “As mães foram marginalizadas.”
Ela diz que espera que o MoMa possa ajudar a restaurar parte dessa fragmentação, dando um lugar para as mães falarem sobre suas experiências em comum.
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"Também é empoderador para as mulheres" ter um lugar assim, diz Lattimer.
"As mulheres foram levadas a acreditar que tudo é técnico e requer um especialista", diz também ela.
"Estamos aqui para dizer: Você é suficiente. Você foi feita para isso. Você consegue fazer isso".
Cynthia Dulworth concorda. A ex-líder da Liga La Leche, mãe católica de três filhos, disse à CNA que "a teologia católica de que meu corpo era capaz de fazer isso – gerar o bebê no meu ventre, dar à luz e amamentar – mudou completamente meu estilo de vida e me ajudou a me conectar com meus filhos".
“Eu realmente acredito que a amamentação não é meramente nutricional, mas, mais importante, um relacionamento insubstituível entre mãe e bebê”, diz Dulworth, que renunciou ao cargo de líder por discordar das mudanças na linguagem.
“Eu não queria confundir minhas filhas, que frequentemente estavam comigo em reuniões ou quando eu atendia telefonemas”, disse ela.
“A amamentação é uma realidade baseada no sexo. Não se trata de gênero — trata-se de mães e seus bebês”, disse Paula Clay, consultora de lactação e líder de longa data da La Leche League nos EUA, que apoia a missão do MoMa, à CNA.
Para Clay, uma católica que usa um crucifixo e uma medalha milagrosa em seus grupos de apoio à amamentação, o MoMa representa um retorno ao "verdadeiro norte" — um foco nas mães e nos bebês.
O lançamento do MoMa em maio atraiu atenção imediata nas redes sociais, amplificada por uma doação "substancial" da autora J.K. Rowling, crítica ferrenha de homens que identificam com o sexo oposto "invadindo" os espaços femininos, que republicou o anúncio do grupo para seus milhões de seguidores.
"Não poderíamos ter comprado publicidade assim", disse Lewis à CNA, dizendo que a doação cobriu custos iniciais cruciais, como registrar a empresa e criar um site. Desde então, o grupo recebeu dezenas de pequenas doações, com média de £ 20 (cerca de R$ 149), muitas vezes acompanhadas de mensagens sinceras.
A resposta positiva foi impressionante, disse Lewis.
“As pessoas escrevem: Desculpe, não é mais, mas somos gratos por cada pedaço”, disse ela.
À medida que o MoMa cresce, ele pretende permanecer “pequeno e perfeitamente formado”, disse Lattimer.
“Não estamos aqui para policiar a linguagem ou travar guerras culturais”, diz ela. “Só queremos ajudar as mães a amamentar seus bebês. O mundo não vai acabar se chamarmos as mães de 'mães' e dissermos não aos homens de vez em quando”.
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