5 de dezembro de 2025 Doar
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Leão XIV celebra missa pela criação com orações em latim nos jardins de Castel Gandolfo

Papa Leão XIV celebra missa pela criação em Castel Gandolfo | Vatican Media

Foi uma mistura de liturgia antiga e nova nos jardins de Castel Gandolfo hoje (9), quando o papa Leão XIV inaugurou uma missa especial para o cuidado da criação – com partes importantes em latim.

Tendo como pano de fundo a folhagem verde e uma grande escultura de Maria na tradicional residência de verão do papa, Leão XIV rezou para que mais pessoas se convertam dos “excessos do ser humano, com seu estilo de vida”, que disse ser a principal causa dos muitos desastres naturais que estão acontecendo em todo o mundo.

O papa Leão XIV celebra a missa para o cuidado da criação em Castel Gandolfo. Vatican Media

“Devemos rezar pela conversão de muitas pessoas, dentro e fora da Igreja, que ainda não reconhecem a urgência de cuidar da casa comum”, disse ele, acrescentando que o mundo está queimando por causa do aquecimento global e dos conflitos armados.

O papa enfatizou “a aliança indestrutível entre o Criador e as criaturas”, que, segundo ele, “mobiliza nossas inteligências e nossos esforços, para que o mal se transforme em bem, a injustiça em justiça, a avareza em comunhão”.

A celebração ao ar livre foi provavelmente o primeiro uso das orações e leituras das escrituras especificadas para o novo formulário da missa. Inspirada na encíclica ambiental Laudato si do papa Francisco, a “Missa para o Cuidado da Criação” foi apresentada no Vaticano em 3 de julho.

 

A missa, da qual participaram cerca de 50 pessoas envolvidas no centro ambiental Borgo Laudato Si', com sede em Castel Gandolfo, foi celebrada em italiano, mas Leão XIV recitou algumas orações, incluindo a coleta e a oração sobre as ofertas, em latim.

O Borgo Laudato Si' é uma iniciativa para colocar em prática os princípios de desenvolvimento integral delineados na encíclica ambiental Laudato si do papa Francisco.

O papa Leão XIV posa com visitantes em Castel Gandolfo. Vatican Media

O secretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, arcebispo Vittorio Francesco Viola, disse por telefone depois da missa à CNA, agência em inglês da EWTN, que o papa Leão recitou as orações em latim porque é assim que elas aparecem na “edição típica”, ou seja, o original aprovado, enquanto as traduções oficiais ainda não foram criadas.

“O papa Leão está absolutamente familiarizado com o latim; isso certamente não é um problema”, acrescentou o número dois do escritório de liturgia da Santa Sé.

O papa Leão deu algumas dicas sobre sua experiência pessoal com o latim em uma reunião com centenas de crianças em 3 de julho, quando explicou que foi exposto à língua universal da Igreja como acólito desde os 6 anos, quando servia na missa das 6h30 todos os dias antes da escola.

“Depois, era em latim; ainda tínhamos que aprender latim para a missa, e depois mudou para o inglês”, disse ele. “Mas não era tanto o idioma em que [a missa] era celebrada, mas sim a experiência de conhecer outros jovens que serviam a missa juntos, a amizade de sempre e a proximidade com Jesus na Igreja.”

O papa Leão XIV celebra a missa para o cuidado da criação em Castel Gandolfo. Vatican Media

O papa celebrou a missa para o cuidado da criação hoje (9), durante uma estadia planejada de duas semanas na propriedade pontifícia, localizada na cidade à beira do lago de Castel Gandolfo, a 24 quilômetros a sudeste de Roma. O período de compromissos públicos e privados limitados, que ocorre apenas dois meses depois do início de seu pontificado, terminará em 20 de julho.

O papa Leão reviveu a tradição de 400 anos de férias papais em Castel Gandolfo, uma prática evitada pelo papa Francisco.

Iniciando sua homilia nos jardins da propriedade com alguns comentários improvisados, o papa convidou “todos — começando por mim mesmo — a viver aquilo que estamos celebrando, na beleza de uma catedral que poderíamos chamar de ‘natural’, com as plantas e tantos elementos da criação que nos trouxeram aqui para celebrar a Eucaristia, que significa: dar graças ao Senhor”.

Ele apontou para um espelho d'água em frente ao altar e lembrou a prática dos primeiros séculos do cristianismo de fazer com que os fiéis entrassem na igreja passando por uma pia batismal.

Leão XIV brincou dizendo que não gostaria de ser batizado naquela água específica, que apresentava nenúfares e parecia ser verde com algas, mas disse que o “símbolo de passar pela água para sermos todos lavados de nossos pecados, de nossas fraquezas, e assim podermos entrar no grande mistério da Igreja é algo que experimentamos até hoje”.

Viola, que estava presente na missa de Leão, destacou o significado do local, imerso nos belos jardins em um local de oração para alguns dos antecessores de Leão.

“O local onde [a missa] foi celebrada não foi escolhido por acaso, porque é o local onde vários pontífices pararam para rezar durante seus períodos de descanso em Castel Gandolfo, diante daquela imagem da Virgem Maria”, disse.

Viola chamou o local de "um lugar que sempre preservou uma dimensão de oração e a oração dos papas. Portanto, reunir-se naquele lugar foi significativo, como se fosse para preservar o coração do [Borgo Laudato Si'] que está sendo construído com base nas indicações da Laudato si, que é um coração de espiritualidade".

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O papa Leão, refletindo sobre a passagem do Evangelho lida na missa – Jesus acalmando a tempestade no mar – disse que os discípulos do Senhor, “à mercê da tempestade, dominados pelo medo”, ainda não podiam professar o conhecimento de Jesus, como ouvido na primeira leitura, da Carta de São Paulo aos Colossenses, que "Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas no céu e na terra".

“Nós hoje”, acrescentou o papa, "na fé que nos foi transmitida, podemos, ao contrário, continuar: 'Ele é também a cabeça do corpo, a Igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em todas as coisas tenha a preeminência'".

"Essas são palavras que nos comprometem ao longo da história, que nos tornam um corpo vivo, o corpo do qual Cristo é a cabeça. Nossa missão de cuidar da criação, de trazer-lhe paz e reconciliação, é sua própria missão: a missão que o Senhor nos confiou", disse ele.

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