Leão XIV diz a bispos que sejam firmes e decisivos ao lidar com abusos

Jun 26, 2025 / 10:45 am

O papa Leão XIV pediu ontem (25) que os bispos sejam firmes e decisivos ao lidar com escândalos e abusos sexuais, vinculando a vigilância contra o abuso a uma vida casta.

Falando a cerca de 400 bispos de 38 países na basílica de São Pedro, no Vaticano, o papa também enfatizou a importância da prudência pastoral, da pobreza e da sinodalidade no ministério de um bispo.

“Junto com a pobreza material, a vida do bispo é também marcada por aquela forma específica de pobreza, que é o celibato e a virgindade por amor ao Reino dos Céus”, disse ele no encontro de ontem, última parte de uma manhã de atividades espirituais para o Jubileu dos Bispos.

Leão XIV disse que o celibato é mais do que viver como celibatário, mas inclui “castidade de coração e conduta”, e assim, é viver “uma vida de discipulado cristão e apresentar a todos a imagem autêntica da Igreja, santa e casta em seus membros como em sua cabeça”.

Depois de falar sobre castidade pessoal, o papa pediu aos bispos que, ao lidar com abusos, especialmente abusos de menores, respeitem integralmente as normas vigentes da Igreja.

Leão XIV, antes de sua eleição, foi chefe do Dicastério para os Bispos por dois anos, o departamento da Santa Sé responsável por auxiliar o papa na nomeação de bispos ao redor do mundo, dar formação para bispos e intervir quando necessário em problemas de governança dentro de uma diocese.

A pobreza evangélica, vivida pelo bispo, “é um estilo de vida simples, sóbrio e generoso, digno e ao mesmo tempo adequado às condições da maioria do seu povo”, disse o papa.

“O pobre deve encontrar nele um pai e um irmão, e nunca se sentir desconfortável em encontrá-lo ou entrar em sua casa”, disse também Leão XIV. “Em sua vida pessoal, ele deve estar desapegado da busca por riqueza e de formas de favoritismo baseadas em dinheiro ou poder”.

Sobre a prudência pastoral, o papa destacou a necessidade da sinodalidade — “o diálogo como estilo e método” — na Igreja particular do bispo.

Ele encorajou os bispos a serem homens das virtudes teologais: fé, esperança e caridade. E citou o decreto do concílio Vaticano II sobre os sacerdotes, Presbyterorum ordinis, que fala sobre as virtudes humanas de "justiça, sinceridade, magnanimidade, abertura de mente e coração, capacidade de alegrar-se com os que se alegram e de sofrer com os que sofrem, e autocontrole, delicadeza, paciência, discrição, grande abertura à escuta e ao diálogo, e disposição para servir".

“Essas virtudes”, disse Leão XIV, “podem e devem ser cultivadas em conformidade com o Senhor Jesus, com a graça do Espírito Santo”.

Para o Jubileu dos Bispos, membros da Cúria Romana e bispos em peregrinação a Roma começaram a manhã passando pela porta santa da basílica de São Pedro. O prefeito emérito do Dicastério para os Bispos, cardeal Marc Ouellet, PSS, prefeito emérito do Dicastério para os Bispos, celebrou uma missa para eles no altar da Cátedra, antes do encontro de cerca de 30 minutos com Leão XIV.

Depois que o papa transmitiu sua mensagem espiritual, aplaudida pelos bispos, ele os liderou no canto do Credo, a profissão de fé, em latim.

“No mesmo lugar onde Pedro deu testemunho de Cristo, junto comigo, seu sucessor, vocês renovam sua fidelidade ao príncipe dos pastores”, disse o papa ao começar a cantar o Credo.

Leão XIV, em sua catequese, também citou a descrição de santo Agostinho do ministério sacerdotal como amoris officium (ofício do amor, em inglês).

Aqui, a vida teológica do bispo, disse o papa, "se expressa e resplandece no mais alto grau”.

“Seja pregando, visitando comunidades, ouvindo padres e diáconos, ou tomando decisões administrativas, tudo o que ele faz é inspirado e motivado pela caridade de Cristo Pastor", disse também Leão XIV.