19 de dezembro de 2025 Doar
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Cristãos sírios criticam silêncio do governo sobre atentado contra igreja

Enlutados se reúnem na terça-feira (24) na igreja da Santa Cruz em Qassaa, Damasco, Síria, ao redor dos caixões brancos de alguns dos fiéis que morreram num ataque terrorista na igreja ortodoxa grega de Santo Elias, no bairro de Dweila, em Damasco, no último domingo (22). | Mohammad Al-Rifai/ACI MENA

Igrejas na Síria celebraram serviços fúnebres para as vítimas do ataque terrorista islâmico que matou 25 pessoas em uma igreja ortodoxa de Damasco.

O funeral principal da maioria das vítimas foi celebrado ao meio-dia (6h no horário de Brasília) da última terça-feira (24) na igreja da Santa Cruz pelo patriarca ortodoxo grego João X Yazigi, com a presença do patriarca católico melquita Youssef Absi e do patriarca católico sírio Inácio Youssef III Younan, bispos, padres e uma grande multidão de várias denominações.

Em sua homilia antes das orações fúnebres, Yazigi condenou o ataque como um "massacre hediondo". "A oração que elevamos hoje não é uma oração fúnebre comum, mas a oração especial de ressurreição que normalmente oferecemos na Páscoa — porque hoje é um dia de ressurreição".

“Esse crime é o primeiro do gênero em Damasco desde 1860”, disse também o patriarca. “Não permitiremos que ninguém semeie conflitos sectários; todos os sírios estão comprometidos com a unidade nacional”.

“É lamentável que nenhuma autoridade governamental, além do ministro Hind Kabawat, tenha ido ao local do ataque”, disse ele. Kabawat é cristão.

Depois da liturgia fúnebre, os caixões foram levados para a igreja de Santo Elias, local do atentado, para uma oração especial antes de serem sepultados no cemitério cristão.

Indignação cristã com o silêncio oficial

Vários grupos cristãos e da sociedade civil também organizaram vigílias de oração e manifestações em bairros cristãos, em que os participantes entoaram: "Os cristãos não temem a morte, pois depois da morte vem a ressurreição".

Cristãos sírios expressaram crescente frustração com a incapacidade do governo de decretar luto nacional, abaixar bandeiras ou se referir às vítimas como "mártires" em declarações oficiais ou na mídia.

Em mensagem pública, o arcebispo metropolita ortodoxo grego de Aleppo e Alexandretta, Ephrem Maalouli, dirigiu-se ao presidente do país, Ahmed al-Sharaa.

“Esperávamos ouvir do senhor, presidente, palavras de cura, palavras que chegassem a todos os lares sírios livres e confortassem todos os ouvidos cristãos”, disse Maalouli. “Palavras que honrassem os mártires, consolassem os enlutados e cuidassem das feridas daqueles em leitos de hospital. Palavras que nos mostrassem que o líder da Síria livre se coloca em pé de igualdade com todos os componentes de seu povo”.

O bispo greco-católico melquita de Bosra, Hauran e Monte Druso; Elias Dabbagh, criticou o ministro da Informação da Síria, Mohammed al-Omar.

“Não aceitaremos condolências que não mencionem a palavra mártires”, disse Dabbagh. “Aqueles que morreram nesse atentado criminoso são mártires, quer as pessoas gostem ou não”.

Num telefonema do vice-presidente do país, Farouk al-Sharaa; ao patriarca de Antioquia, o bispo Romanos al-Hanata, oferecendo condolências, o bispo pediu que o presidente visitasse a igreja para confortar pessoalmente as famílias. Sharaa teria respondido: "Vou até você o mais breve possível".

“Com amor, respeito e apreço, Excelência, agradecemos pelo telefonema, mas não é suficiente”, disse o patriarca. “O que aconteceu foi algo grandioso demais para ser descrito só em palavras”.

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