May 7, 2025 / 11:04 am
Dois sinais marcam o momento em que um novo papa é eleito: a fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, e a fórmula “habemus papam” dita pelo cardeal protodiácono da sacada da basílica de São Pedro, com vista para a praça de mesmo nome.
A fumaça branca
A história da fumaça branca, que indica que os cardeais elegeram um novo sucessor de são Pedro, é antiga. Em 1274, no segundo concílio de Lyon, o papa beato Gregório X, na bula papal Ubi periculum, determinou o procedimento para a realização de um conclave.
Na bula, Gregório X especificou que a eleição seria feita de modo isolado e em estrito sigilo. Por esse motivo, e para evitar qualquer comunicação com o exterior, o sinal de fumaça acabou sendo adotado como parte do rito. A tradição de queimar cédulas remonta pelo menos a 1417, segundo o historiador Frederic J. Baumgartner. A adição da fumaça branca para anunciar a eleição de um novo papa é mais recente, no entanto. Baumgartner remonta a fumaça branca a 1914, com a eleição do papa Bento XV.
Se a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina for preta, significa que nenhum dos candidatos propostos alcançou dois terços dos votos necessários para ser eleito. Se a fumaça for branca, a Igreja tem um novo pastor universal.
Antigamente, o método para dar essas cores à fumaça era queimar as cédulas usadas na votação com um pouco de palha úmida para que saísse preta, ou seca para obter fumaça branca.
Hoje em dia, e devido a alguns episódios que causaram confusão, são usados compostos químicos especiais e um procedimento com dois tubos diferentes, um para cada cor de fumaça.
Além disso, um sino é tocado, parte do rito introduzido quando o papa Bento XVI foi eleito, o que confirma que a fumaça é branca e que um novo papa foi eleito.
Habemus papam
O anúncio de que um novo papa foi eleito é formulado em latim e, embora suas palavras mais conhecidas sejam “habemus papam”, oficialmente a expressão é um pouco mais longa:
“Annuntio vobis gaudium magnum:
Habemus papam;
Eminentissimum ac reverendissimum Dominum, Dominum [prænomen] Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem [nomen],
qui sibi nomen imposuit [nomen pontificale]”.
Traduzida, a fórmula completa diz: “Anuncio-vos uma grande alegria: Temos papa! O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, dom [nome próprio], Cardeal da Santa Igreja Romana [sobrenome], que se impôs o nome de [nome papal]”.
O texto é parcialmente inspirado numa passagem do Evangelho de são Lucas, que reproduz as palavras do anjo ao anunciar o nascimento de Jesus aos pastores: “Não tenham medo, pois anuncio a vocês uma boa notícia, que será motivo de grande alegria para todos: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias Senhor” (cf. Lc 2,10-12).
A adoção dessa fórmula remonta a 1417, na eleição do papa Martinho V. Aqueles que reivindicaram o trono papal antes dele foram o antipapa João XXIII, que convocou o concílio de Constança e nomeou a maioria dos eleitores, o antipapa Bento XIII, o único nomeado cardeal antes do Cisma do Ocidente, e o papa Gregório XII.
Os dois primeiros foram depostos pelo próprio concílio, e Gregório XII renunciou. Dois anos depois, o concílio elegeu um novo papa. Por esse motivo, o anúncio poderia ser interpretado como: "(Finalmente) temos um papa (e só um!)".
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