27 de abril de 2024 Doar
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Padre conta a história de seu sequestro nas mãos de radicais muçulmanos

Imagem ilustrativa | Anuja Mary Tilj / Unsplash.

O padre nigeriano Bako Francis Awesuh, de 37 anos, foi sequestrado por radicais muçulmanos da etnia fulani, que são tradicionalemnte pastores nômades, e ficou traumatizado com a violência de que foi vítima. Awesuh vive hoje escondido e pede ajuda da comunidade internacional para os cristãos perseguidos na Nigéria.

Segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), é responsável por "ataques mortais contra camponeses cristãos" na Nigéria.

Awesuh era padre da paróquia de são João Paulo II em Gadanaji, estado de Kaduna, quando foi sequestrado.

AVISO: A história pode ferir a sensibilidade do leitor.

O padre Awesuh contou à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na sigla em inglês) que o sequestro ocorreu "no dia 16 de maio, exatamente às 23 horas".

"Eu ouvi tiros e rapidamente desliguei a TV. Quando apaguei a luz, vi sombras e ouvi passos. Abri cuidadosamente a cortina para ver o que estava acontecendo e vi cinco pastores fulani armados", lembrou.

"Fiquei sem saber o que fazer, sabia que estava perdido. Chamaram na porta. Meu sangue congelou e meu corpo ficou duro. Suava muito", disse.

Os extremistas muçulmanos arrombaram a porta de sua casa. "Um dos homens me empurrou para o chão, me amarrou e bateu em mim sem piedade, dizendo 'estamos torturando você porque nos deixou muito tempo fora e se negou a abrir a porta quando chamávamos' ", contou o padre. "Eles me sequestraram junto com dez de meus paroquianos".

"Caminhamos três dias pela mata sem comida e sem água, alimentando-nos apenas de manga. Estávamos com fome, cansados ​​e fracos. Nossas pernas doíam muito e nossos pés estavam inchados de andar descalço. No segundo e terceiro dia choveu, mas eles nos obrigaram a seguir em frente", disse ele.

No terceiro dia do sequestro, ele continuou, chegaram a "um acampamento nas profundezas da floresta. Lá nos colocaram em uma pequena cabana e nos serviram arroz com azeite e sal, como a prisioneiros".

"Foi tudo o que comemos durante a nossa estadia no mato. As mulheres que foram sequestradas comigo estavam encarregadas de cozinhar. Passamos um mês e cinco dias nas montanhas", disse.

Em todo esse tempo, disse ele, "não tínhamos permissão para tomar banho" e "tínhamos que urinar e defecar na cabana".

"Nós cheirávamos a morto e a cabana tinha o cheiro de um depósito de cadáveres", disse.

O padre disse que extremistas muçulmanos "nos torturaram e ameaçaram nos matar se um resgate de 50 milhões de nairas (cerca de US$ 121 mil) não fosse pago por nós".

Diante das súplicas e negociações dos parentes dos sequestrados, os extremistas aceitaram um resgate de 7 milhões de nairas (cerca de 17 mil dólares).

Três fiéis da paróquia do padre tentaram resgatar os sequestrados, mas foram capturados e mortos pelos fulani.

"Oh, que dor me causou ver três dos meus paroquianos mortos a sangue frio, na frente dos meus olhos, e eu não pude fazer nada. Foi um tormento. Naquele momento me senti impotente, desesperado e inútil", disse ele.

"Eu ansiava por morrer, pois a cena desses assassinatos continuava se repetindo em minha cabeça. Eu não conseguia rezar porque estava em choque. Cada vez que abria minha boca para rezar, as palavras me faltavam. A única coisa que conseguia dizer era: 'Senhor, tem piedade'", disse ele.

Depois do pagsamento do resgate, o padre e seus paroquianos foram libertados. "Graças a Deus, eles nos libertaram e saímos vivos. Eu escapei por pouco da morte, pois sei de muitos padres sequestrados, antes e depois de mim, que foram assassinados mesmo depois que o resgate foi pago por eles".

O padre Bako Francis Awesuh disse que como resultado do violento sequestro "fiquei traumatizado, recebi tratamento, também passei algum tempo no hospital".

"Hoje ainda estou escondido por razões de segurança e para me recuperar totalmente", disse.

"O amor que recebi da minha família, dos meus amigos e, sobretudo, da Igreja, foi enorme", destacou.

No final, o padre disse que "os ataques dos fulani tornaram-se muito comuns no estado de Kaduna. É por isso que peço à comunidade internacional que venha em nosso socorro".

Uma pesquisa da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety) divulgada em meados de 2021 revelou que, em média, 17 cristãos são mortos todos os dias por extremistas muçulmanos na Nigéria.

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Os cristãos estão sendo atacados pelos radicias islâmicos fulani e por terroristas muçulmanos do Boko Haram.

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