O Pontifício Conselho para a Família celebrou esta semana o encontro de reflexão “Novos horizontes antropológicos e direitos da família e seus membros” com o fim de analisar as ameaças que conduzem à destruição da família, entre as quais destacaram-se a convivência sem o matrimônio.

 

Durante a primeira sessão, o Presidente do dicastério, Dom Vincenzo Paglia, inaugurou as sessões com uma conferência titulada “Visões, desafios, perspectivas e programa de trabalho do Pontifício Conselho para a Família” na qual lamentou a situação em que se encontra a família atualmente e referiu-se à situação cada vez mais frequentes de casais que convivem sem o matrimônio.

 

“É uma situação paradoxal na que vive a família atualmente, dado que por um lado se atribui um grande valor aos vínculos familiares e por outro se converte na encruzilhada de todas as fragilidades”, acrescentou.

 

O Secretário do Pontifício Conselho para a Família, Mons. Jean Laffitte, falou sobre os “Fundamentos teológicos e antropológicos da Carta dos Direitos da Família”.

 

Mons. Laffitte abordou a Carta dos Direitos da Família de 1983 do Beato João Paulo II e assinalou que os motivos que levaram a publicá-la foram as ameaças que já então se abatiam sobre esta instituição.

 

“Ameaças que nestes trinta anos se feito realidades e se acrescentaram”, disse.

 

Logo interveio o filósofo e jurista espanhol Andrés Ollero sobre “O matrimônio natural”, e em seu breve discurso lamentou o ocaso do "direito natural” reivindicando sua existência “como um mínimo ético, indispensável para garantir suficientemente uma convivência que mereça considerar-se humana”.

 

Além disso, sublinhou que o matrimônio é uma instituição “de direito natural, e juridicamente relevante por natureza”.

 

Por sua parte, a norte-americana Teresa S. Collett, professora de Direito de Família na Universidade St. Thomas, em Minnesota (Estados Unidos), explicou “a missão do estado no reconhecimento do matrimônio”.

 

Depois de esclarecer conceitos “estado”, “reconhecimento” e “matrimônio”, a professora Collett recordou que o artigo 16 da Declaração Universal dos Direitos humanos reconhece o matrimônio como um direito e o define como a união entre um homem e uma mulher dirigida a formar uma família.

 

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Por último, ressaltou a relação histórica existente entre o reconhecimento legal do matrimônio e o necessário amparo dos filhos tidos na união entre homem e mulher.

 

O professor Carl Anderson, presidente dos Cavalheiros do Colombo, falou sobre “A Carta dos Direitos da Família e a cultura contemporânea”, e afirmou que “a família está no centro do encontro do cristianismo com a evangelização da cultura contemporânea”.

 

A plenária deste dicastério culminou no dia 25 de outubro no Vaticano, com um discurso do Papa Francisco, animando o órgão vaticano a defender a família e recordou que ela está fundamentada “no matrimônio para sempre”.