O Ministro de Assuntos Regionais, Enrico La Loggia, declarou ao jornal La Stampa que a abstenção dos italianos no referendo, que pretendeu despojar o embrião humano de seus direitos como pessoa, poderia ser a antecipação de uma reforma legal que restrinja o aborto no país.

La Loggia considerou que a lei italiana que permite o aborto poderia ser revista porque "a Itália de hoje demonstrou ser diferente da de ontem. (É um país que) presta mais atenção aos valores da tradição Católica".

"Devem se levar em conta esses princípios para a proteção da vida que foram reafirmados hoje", indicou.

O Ministro considerou que a eventual revisão da lei do aborto não será imediata, mas se poderia iniciar um período de reflexão "para determinar se tudo funcionou bem, se for possível procurar soluções que sejam mais aptas para o dia de hoje".

Na Itália é legal submeter-se a um aborto durante os três primeiros meses do gravidez desde 1978.

Ganhou a consciência moral

Por sua vez, o Cardeal Camillo Ruini, Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e Vigário de Roma, disse que a Igreja não foi a ganhadora do último referendo.

"Os que ganharam realmente foram a consciência moral de nosso povo e o futuro do homem", disse o Cardeal em declarações à imprensa.

Os grupos e líderes anti-vista necessitavam a assistência de 50 por cento mais um dos votantes italianos para validar o referendo. Mas só 25,9 por cento do eleitorado foi às urnas. Desta maneira ficou sem efeito a proposta para liberar os procedimentos de fecundação assistida e despojar o embrião humano de seu estatuto jurídico.