O presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes Sanitários, Dom Zygmunt Zimowski, chamou a uma maior solidariedade de ajuda sanitária com todos os habitantes do planeta, especialmente com os mais pobres, ao representar o Vaticano ante a 65ª Assembléia Mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A assembléia começou em Genebra no dia 21 de maio e terminou no dia 26 de maio. Durante a semana, os delegados membros, examinaram uma nova resolução para alcançar a cobertura sanitária universal e repassaram os objetivos conseguidos nas últimas décadas.

Durante sua intervenção, Dom Zimowski reiterou que os países com rendas mais baixas necessitam do apoio do mundo desenvolvido, e exigiu "uma maior solidariedade e empenho na ajuda ao desenvolvimento global da saúde".

Dentro desta perspectiva, o Papa Bento XVI insiste aos estados mais desenvolvidos economicamente "a fazer o possível por destinar maiores porcentagens do seu produto interno bruto (PIB) para ajudas ao desenvolvimento, respeitando os compromissos que se tomaram sobre este ponto no âmbito da comunidade internacional", assinalou Dom Zimowski.

O Prelado indicou que a Igreja Católica atua ativamente para uma eqüidade sanitária a nível planetário, ajudando com mais de 120 mil instituições sociais e sanitárias nos países menos desenvolvidos economicamente.

Estas organizações "apóiam-se na fé e nos institutos sanitários da Igreja, inspirados pela caridade, formam parte destas forças vivas que obram no âmbito da saúde", e "oferecem, muitas vezes, serviços em áreas remotas e em favor da população rural de baixa renda, permitindo deste modo que tenham acesso a esses serviços que do contrário estariam fora de seu alcance", recordou.

Amparados na solidariedade, "achamos que o grande esforço que estas organizações e instituições realizam a fim de contribuir ao acesso universal, merece o reconhecimento e o apoio tanto dos governos como da comunidade internacional; sem querer obrigar-lhes a participar de ações moralmente inaceitáveis", recordou.

Dom Zimowski animou aos diferentes Estados a apoiar a cobertura universal e o acesso aos serviços sanitários a todos os cidadãos do mundo.

"Como destacou o Papa Bento XVI, também no campo da saúde, parte integrante da existência de cada pessoa e do bem comum, é importante instaurar uma verdadeira justiça distributiva que garanta tratamentos adequados a todos, apoiando-se nas necessidades objetivas. Por conseguinte, o mundo da saúde não pode evitar as regras morais que devem governá-lo para que não chegue a ser desumano", disse.

"Não obstante os progressos realizados em alguns países, ainda há um longo caminho por percorrer que nos separa desta meta. Portanto, é necessário maior empenho a todo nível para assegurar que o direito à saúde seja efetivo, promovendo o acesso aos serviços sanitários básicos", acrescentou.

Nesta perspectiva, a autoridade vaticana propôs como ponto de referência o Fórum celebrado no dia 2 de abril deste ano no México, dedicado à Cobertura Sanitária Universal, e onde se observou especialmente, que aqueles países com economias emergentes, estão movendo-se para uma cobertura global das necessidades de saúde.

"Isto é muito alentador, e os resultados que se obtiveram nessas nações não são simplesmente o fruto de recursos financeiros mas também, como se pôs que relevo, de uma saúde melhor para um número maior dos seus cidadãos que foi garantida por boas políticas que promovem a eqüidade".

Finalmente, destacou que o progresso para uma saúde universal não pode reservar-se somente à competência do Estado, mas requer o apoio da sociedade civil e das diversas realidades comunitárias.

Neste sentido, os Estados devem "generosamente reconhecer e apoiar, de acordo com o princípio da subsidiariedade, as iniciativas que surgem das diversas forças sociais e que unem a espontaneidade com a proximidade às pessoas mais necessitadas de ajuda", concluiu.