A Conferência Episcopal do Chile (CECH) publicou uma mensagem sobre os “valores essenciais que estão em jogo” desde que a Câmara de Deputados aprovou debater projeto de lei que busca descriminalizar o aborto até 14ª semana de gestação. O aborto só é permitido no Chile em caso de inviabilidade fetal, risco de vida da mãe e estupro.

O Comitê Permanente da CECH disse que “o valor da vida e da dignidade da pessoa humana são um fundamento essencial e irrenunciável da vida na sociedade. O primeiro dos direitos humanos é o direito à vida, que deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural. Por isso, não matar deliberada e diretamente o inocente é um absoluto moral cujo reconhecimento e proteção é indispensável para a vida em comunidade”.

Segundo os bispos “as legislações pró-aborto começam, frequentemente, como a proposta de uma exceção, defendendo a interrupção da gravidez para casos excepcionais, como foi, por exemplo, na aprovação da lei do aborto em três casos”, que vigora no Chile desde 2017. “Mas a experiência nos diz que se acaba afirmando um ´direito ao aborto` e a primazia dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, ignorando totalmente a existência e os direitos de outro ser humano. Cria-se uma mentalidade contrária à vida da pessoa gerada, como se a criança fosse uma coisa ou um inimigo, e não um ser humano, maravilhoso dom de Deus”.

O comitê da CECh disse aos católicos: “somos chamados a atuar na vida pública a partir de nossas convicções de fé e dos argumentos da razão”, e “a imoralidade do aborto se encontra entre os ensinamentos constantes da Igreja”.

“Entre muitos outros pronunciamentos, o papa João Paulo II declarou que ´o aborto direto, ou seja, querido como fim ou como meio, é sempre uma desordem moral grave, enquanto eliminação deliberada de um ser humano inocente`”.

Que Deus “ilumine a consciência e os corações daqueles que devem tomar decisões em favor do bem comum, para que defendam sempre os mais vulneráveis. Confiamos todo o cuidado e promoção da vida humana à Virgem Maria”, concluiu a CECh.

Leia a declaração completa (em espanhol) AQUI.

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