Com um chamado a proteger as famílias das ideologias que questionam a sua identidade, terminou o V Congresso Missionário Americano (VCAM), realizado em Santa Cruz (Bolívia), entre os dias 10 e 14 de julho, do qual participaram representantes de 24 países.

O evento terminou com uma Missa presidida por Dom Sergio Gualberti, Arcebispo de Santa Cruz, no altar onde o Papa Francisco celebrou a Eucaristia durante a sua visita à Bolívia em julho de 2015 e onde abençoou as cruzes que percorreram toda a América para convocar ao V CAM.

Durante a homilia, o Prelado denunciou que as famílias do continente são "constantemente assediadas pelas correntes ideológicas colonizadoras" que questionam a sua identidade, fundada "no amor exclusivo e fiel entre um homem e uma mulher até a morte, aberta à vida e à educação dos filhos de acordo com os valores do Evangelho e de nossas culturas indígenas".

Além disso, assinalou que há famílias que andam "sem rumo, afetadas em sua integridade devido à pobreza, à imigração, às separações e divórcios".

Por isso, pediu para levá-las ao encontro com Cristo para que se “reencontrem a si mesmas, como igrejas domésticas, como casas fundamentadas sobre a fé, o amor, a comunhão, a reconciliação e o perdão, e como sacrários da vida e escolas da humanização”.

Dom Gualberti também denunciou os regimes totalitários e populistas que existem em alguns países e que "mantêm a população em situação de prostração, de opressão e de morte". Inclusive, assinalou, "persegue-se aqueles que se distanciam do pensamento único, priva-os de sua liberdade, recorre-se à violência até o extremo e chega-se ao extremo de acabar com a vida".

"Penso especialmente nos irmãos que, por estas razões, não puderam participar deste encontro. Queremos mostrar-lhes a nossa proximidade, comunhão e sincera solidariedade", expressou.

O Arcebispo também exortou a superar a pobreza que ainda afeta boa parte da população americana, "consequência de um sistema injusto e mercantilista onde a economia está acima do homem".

Do mesmo modo, defendeu os migrantes que deixam os seus países em busca de uma vida digna, mas "se deparam com os muros da xenofobia e da vergonha, muros que separam as crianças dos seus pais e que discriminam pelas origens e condições pessoais e sociais". É necessário, afirmou, "construir pontes de fraternidade e solidariedade".

Dom Gualberti agradeceu as famílias que acolheram os peregrinos e expressou seu desejo de que o V CAM “tenha sido uma experiência missionária autêntica e entusiasmante, uma graça do Senhor para todos os nossos países”.

“Não podemos guardar a graça de Deus exclusivamente para nós, mas com coragem e confiança devemos compartilhar", afirmou.

Confira também: