Este ano recordamos o centenário do genocídio de mais de um milhão e meio de cristãos armênios pelos turcos. Neste contexto, autoridades da Turquia causaram polêmica demolindo um simbólico orfanato armênio Kamp Armem, na capital Istambul.

O governo turco não reconheceu, até a data presente, a perseguição e o massacre contra os armênios de 1915 até 1923 por causa de sua fé cristã como genocído, e respondeu com um impasse diplomático logo depois de que o Papa Francisco atribuiu o termo a este acontecimento, qualificando-o como o primeiro genocídio do século XX, comparando-o ao holocausto nazista.

Conforme informaram fontes governamentais armênias à agência vaticana Fides, as escavadoras começaram a demolir o orfanato Kamp Armem, desapropriado pelo governo otomano na década de 80, depois do golpe militar no país.

As autoridades otomanas ignoraram a intervenção de alguns representantes políticos de partidos da oposição ao tentar impedir a demolição do orfanato.

O orfanato armênio foi construído em 1962 por iniciativa da comunidade cristã protestante armênia na Turquia. Durante seu funcionamento, a instituição ajudou cerca de mil e quinhentas crianças a crescerem em um ambiente que transmitia a espiritualidade e a cultura própria do cristianismo armênio.

O governo turco desapropriou o edifício em 1987 e as ações legais para recuperá-lo não foram aceitas.