O secretário pessoal de Bento XVI, o Arcebispo Georg Gänswein, assegurou que o Papa Emérito não confirmou o testemunho do ex-núncio Carlo Maria Viganò, que acusa o Papa Francisco de ter encoberto os abusos do ex-cardeal Theodore McCarrick.

Em declarações ao jornal alemão ‘Die Tagespost’, em 28 de agosto, Dom Gänswein disse que a afirmação de que Bento XVI confirmou o testemunho de Viganò é “fake news” (notícia falsa).

O Arcebispo explicou também que Bento XVI não comentou o testemunho de Viganò e que não pretende fazê-lo.

Em 25 de agosto, o Arcebispo Carlo Maria Viganò, de 77 anos, que foi Núncio Apostólico nos Estados Unidos ente 2011e 2016, publicou um testemunho de 11 páginas no qual pediu a renúncia do Papa Francisco, assim como de vários cardeais e bispos, aos quais acusou de encobrir as más condutas sexuais do ex-cardeal Theodore McCarrick, Arcebispo Emérito de Washington.

Em seu testemunho, Viganò escreveu que Bento XVI “teria imposto ao Cardeal McCarrick sanções similares às agora impostas pelo Papa Francisco” e que o próprio Viganò disse pessoalmente a Francisco em 2013.

Edward Pentin, correspondente em Roma de ‘National Catholic Register’ (NCR), assinalou em 25 de agosto que esse jornal “independentemente confirmou que as acusações contra McCarrick certamente eram conhecidas por Bento XVI e que o Papa Emérito recorda ter dado instruções para que o Cardeal Bertone impusesse as medidas, mas não recorda sua natureza exata”. Naquela época, o Secretário de Estado do Vaticano era o Cardeal italiano Tarcisio Bertone.

Em uma nota publicada em 28 de agosto, Pentin escreveu que as fontes de NCR só confirmaram, do testemunho de Viganò, as sanções emitidas contra McCarrick pelo Papa Bento XVI. Na opinião de Pentin, o que Dom Gänswein disse não nega a notícia do NCR.

Pentin também mencionou uma entrevista que o ‘New York Times’ fez a Tim Busch, um membro da direção de EWTN, na qual este disse ao jornal nova-iorquino que “os líderes da publicação (NCR) asseguraram pessoalmente a ele que o Papa Emérito Bento XVI havia confirmado o relato do arcebispo Viganò”.

“O que o Arcebispo Gänswein disse é completamente preciso. Qualquer afirmação de que o Papa Emérito tenha visto o testemunho inteiro, e que o tenha confirmado, não é certo”, escreveu Pentin.

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