LIMA, 31 de ago de 2005 às 18:11
A Secretaria de Estado Vaticano pediu aos episcopados do continente ficar vigilantes ante uma campanha da organização abortista auto-denominada “Católicas pelo Direito a Decidir” (CDD) que busca reunir assinaturas de líderes religiosos para apoiar o conceito de “saúde reprodutiva” –que inclui o aborto- em uma próxima cume da Organização de Nações Unidas (ONU).
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Aproveitando esta ocasião, as feministas abortistas do CDD elaboraram um texto que apresentarão com a maior quantidade de assinaturas possíveis –especialmente de líderes religiosos- que apóiem a aceitação do conceito de “saúde reprodutiva” entendendo-o unicamente segundo os documentos das cumes Cairo (sobre população) e Peking (sobre a mulher). Nestas entrevistas o termo “saúde reprodutiva” se usou para incluir o aborto como meio de planificação familiar e por isso, a delegação da Santa Sé e outras nações que participaram de ambas as reuniões rechaçaram energicamente o conceito.
Em resposta ao comunicado da Santa Sé, que espera a firme ação dos episcopados locais, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) publicou um comunicado no qual faz eco do pedido para que “os Bispos, no mundo inteiro, fiquem atentos, a fim de que nenhum ‘líder religioso’ católico, sujeito a nossas jurisdições caia na armadilha, assinando esse texto, a fim de que a ação da Igreja e da Santa Sé em defesa da vida não seja desacreditada no âmbito internacional por seus próprios membros”.
Segundo Carlos Polo, representante na América Latina do Population Research Institute, a campanha das CDD a que alude o Vaticano “é claramente uma ‘pegadinha para ingênuos’ ou um ‘procura dissidentes’ sob a aparência de uma expressão ao interior das diferentes instituições religiosas formais” e não resultaria estranho que cheguem adesões “por parte de falsos ‘católicos’ que são somente lobos com pele de cordeiro aos que seria bom identificar”.