A Santa Sé concluiu que são infundadas as acusações de negligência atribuídas ao bispo Stanisław Gądecki, presidente da Conferência Episcopal da Polônia, em relação a dois casos de abuso sexual de menores por padres.

A nunciatura apostólica em Varsóvia, capital polonesa, afirmou em uma nota publicada no dia 8 de junho que a Santa Sé investigou as acusações contra dom Gądecki à luz das normas estabelecidas no motu proprioVos estis lux mundi” (Vós sois a luz de mundo), emitida pelo papa Francisco em 2019, para um período experimental de três anos.

“Agindo com base nas disposições do Código de Direito Canônico e do motu proprio ´Vos estis lux mundi´, do papa Francisco, a Santa Sé, depois de receber notificações formais, realizou uma investigação sobre a suposta negligência do arcebispo dom Stanislaw Gądecki nos casos de abusos sexuais cometidos contra menores por um sacerdote da arquidiocese de Poznań e um por um sacerdote da diocese de Bielsko-Żywiec”, afirmou o comunicado.

“Depois de uma análise exaustiva da documentação recolhida, a Santa Sé considerou que as acusações anteriores são infundadas, razão pela qual desconsidera as denúncias apresentadas e determina o arquivamento do processo”, concluiu a mensagem.

Dom Gądecki, de 71 anos, é arcebispo de Poznań desde 2002. Foi eleito presidente da Conferência Episcopal Polonesa em 2014 e reeleito em 2019. Atualmente, ele também é o vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).

A diocese de Bielsko-Żywiec, no sul da Polônia, pertence à província eclesiástica de Cracóvia. No mês passado, o Vaticano penalizou o bispo emérito de Bielsko-Żywiec, Dom Tadeusz Rakoczy, que governou a diocese entre os anos de 1992 e 2013.

No dia 28 de maio, a arquidiocese de Cracóvia anunciou que o Vaticano havia tomado uma decisão sobre uma investigação conduzida à luz da Vos estis lux mundi. Com o motu proprio, a Santa Sé autorizou uma série de investigações aos bispos poloneses.

Em maio, o papa Francisco aceitou a renúncia do bispo de Bydgoszcz, dom Jan Tyrawa, que vinha sendo investigado por negligência no tratamento dos casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes na sua diocese, situada ao norte de Polônia. Dom Tyrawa, que serviu como bispo titular desde 2004, foi acusado de conhecer as tendências abusivas de um dos seus sacerdotes e de transferi-lo de paróquia em paróquia, ao invés de afastá-lo do contato com menores.

No mês de março, a Santa Sé anunciou, por intermédio da nunciatura apostólica em Varsóvia, a sanção de dois bispos eméritos poloneses que haviam sido investigados canonicamente: o arcebispo emérito de Gdańsk (2008-2020), dom Sławoj Leszek Głódź, e o bispo emérito de Kalisz (2012-2020), dom Edward Janiak. Eles foram acusados de negligência no tratamento dos abusos sexuais de menores por parte do clero e, depois das investigações, condenados pela Santa Sé a morar fora das suas antigas dioceses e proibidos de participar em liturgias públicas ou em reuniões não religiosas dentro do território eclesiástico.

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