As autoridades de Belém, na Palestina, informaram que as obras de restauração da Basílica da Natividade, onde tradicionalmente acredita-se que Jesus nasceu, foram realizadas de tal modo que beneficiam bastante o turismo e a economia.

"Nunca recebemos este número de turistas que vêm a Palestina. Especialmente em uma cidade como Belém, o turismo provoca ondas em toda a economia", disse à Reuters a ministra palestina do Turismo, Rula Ma'ayah, em 10 de dezembro.

Segundo ‘The Associated Press’ (AP), as autoridades municipais esperam que a restauração da igreja não só estimule o turismo e a economia, mas que possa deter a migração de cristãos que ocorre há décadas.

"Os cristãos deixam a Terra Santa devido à falta de paz e às dificuldades econômicas, e temos problemas para convencê-los a permanecer. Esta é uma maneira de fazer isso", disse o prefeito de Belém, Anton Salman.

As obras de restauração começaram em 2013 e esperam conclui-la no final de 2020.

A Autoridade Palestina, organização administrativa autônoma que governa temporariamente desde 1994 na Faixa de Gaza e uma parte da Cisjordânia, criou uma comissão de líderes cristãos locais para supervisionar a restauração e contratou uma empresa para realizar o projeto.

O presidente desta comissão, Ziad al-Bandak, disse que já arrecadaram 14 milhões dos 17 milhões de dólares necessários para terminar a restauração. A coleta foi realizada graças às empresas muçulmanas, cristãs, doadores estrangeiros e a própria Autoridade Palestina.

"Tornou-se uma igreja tão bonita. Todos os cristãos do mundo adorariam vê-la", disse Al-Bandak.

A Basílica da Natividade de Belém data do século VI e seu estado era muito precário, sem ter qualquer manutenção até 2013. O lugar tinha vazamentos, janelas quebradas, mosaicos com sujeira e colunas danificadas.

Entretanto, atualmente o templo renovou as vigas do teto, restaurou um grande mosaico de dois mil metros quadrados e outras imagens também feitas em mosaicos.

"No próximo ano, continuaremos renovando as colunas, o mosaico do piso, o piso do jardim frontal", disse Emad Nassar, um engenheiro palestino que supervisiona as obras.

Breve história da Basílica da Natividade de Belém

O Imperador romano Constantino ordenou erguer o edifício a pedido da sua mãe Helena no ano 339 d.C. Entretanto, esta primeira construção foi destruída e reconstruída no ano 505 pelo imperador Justiniano.

Este local foi cenário de guerras, cujas consequências levaram a algumas modificações na construção. No século VII, os exércitos islâmicos destruíram vários templos cristãos, exceto esta Basílica, graças a um mosaico dos Reis Magos que estava na entrada. Em seguida, no século XVII, a sua entrada foi modificada a fim de que os muçulmanos não entrassem a cavalo para destruí-la, restando uma porta baixa e estreita para entrar no templo.

Sob a parte central da Basílica há uma gruta de treze metros de comprimento e três de largura, onde está a capela do Presépio e, no chão, uma estrela de prata que indica o lugar onde Maria teria se reclinado para dar à luz Jesus.

Esta Basílica é compartilhada por diferentes confissões cristãs e guardada pelos franciscanos desde 1347.

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