Um estudo da Conferência Episcopal Alemã revelou que milhares de casos de abusos sexuais na Igreja ocorreram em um período de mais de 70 anos. O relatório deveria ser apresentado no final deste mês, mas vazou informações em dois jornais do país europeu.

O Relatório deveria ser apresentado em 25 de setembro na Assembleia plenária dos bispos, conforme indicou a CNA Deutsch - agência alemã do Grupo ACI.

O Estudo documentou abusos cometidos contra “3.677 pessoas, entre elas a maioria são homens menores de idade”, entre 1946 e 2014, segundo informações do jornal ‘Der Spiegel’.

Entre estes casos, “1.670 sacerdotes são acusados ​​de abusos” e explica que para o estudo “examinaram e avaliaram mais de 38.000 arquivos pessoais entre outros das dioceses alemãs”.

Além disso, o jornal divulgou que não houve uma compensação em mais da metade dos casos documentados. Também verificaram que, em muitos casos, a evidência foi “destruída ou manipulada”.

“Somos conscientes destes abusos sexuais que foram comprovados pelos resultados do estudo. É doloroso e constrangedor para nós”, disse Dom Stefan Ackermann, Bispo de Trier e Comissário da Seção de Perguntas sobre Abusos Sexuais na Igreja e Proteção de Menores.

“Há quatro anos, encomendamos o estudo e agora nós, bispos, enfrentamos estes resultados. O primeiro passo será a assembleia em Fulda”, disse o Prelado em uma declaração no dia 11 de setembro.

O prelado criticou o vazamento do relatório, considerando que “para as pessoas afetadas pelos abusos sexuais, a publicação antecipada é irresponsável” e que “nem todos os bispos conhecem os resultados do mesmo”.

De acordo com a Conferência Episcopal Alemã, o objetivo do estudo no qual participaram 27 dioceses do país, era “ter mais clareza e transparência sobre este capítulo escuro da nossa Igreja, não só pelo bem dos afetados, mas para nós mesmos, para ver as nossas falhas e fazer todo o possível para assegurar que não acontecerão novamente".

Dom Ackerman também disse em sua declaração que estão “preocupados em conseguir uma abordagem responsável e profissional do problema. Tenho certeza que o estudo é um relatório integral e claro que oferece dados e análises sobre o que temos para continuar aprendendo”.

"Isso também se aplica às provas que permitem um olhar mais profundo às ações dos perpetradores e ao comportamento dos líderes da Igreja há algumas décadas. Destaco mais uma vez que o estudo é uma medida que devemos não só à Igreja, mas em primeiro lugar e principalmente aos afetados”, sublinhou o Prelado.

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