A Rede Latino-americana e Caribenha de Migração, Refúgio e Tráfico de Pessoas (CLAMOR) convocou a escutar “o clamor” dos migrantes venezuelanos e pediu aos países que não sejam “indiferentes ante o sofrimento de quem deixou tudo”, que ergam “pontes” e construam “uma política migratório como resposta humana, justae fraterna”.

A Rede CLAMOR, com o apoio do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), emitiu uma declaração na qual “expressaram sua solidariedade” ao povo venezuelano que “vive uma crise humanitária” e “forçou milhares de pessoas a sair do país, em uma diáspora sem precedentes na história democrática desse país”.

Nesse sentido, citou o relatório da Fundação Asylum Access, que revela que nos últimos três anos, a população migrante venezuelana “aumentou a dois milhões e quinhentas mil pessoas”.

Do mesmo modo, nos últimos cinco anos, aumentou o número de solicitações de refúgio de venezuelanos na região, em 228% de acordo com o ACNUR.

“De uma terra de acolhida, a Venezuela se tornou em terra de despedidas”, expressaram.

Por isso, exortou os governos a ter uma abertura aos migrantes venezuelanos e incentivou todos os cristãos a “receber com solidária hospitalidade esses irmãos”.

“Escutemos o clamor do povo que sofre da Venezuela, promovendo a cultura do encontro frente à cultura do descarte, a misericórdia frente à indiferença”.

“É cada vez mais frequente ver venezuelanos nas ruas de nossos países, em sua grande maioria jovens, como vendedores informais, perambulando pelas ruas e até mesmo pedindo esmola. A ‘arepa’ está se tornando um símbolo da luta dos migrantes venezuelanos para ganhar a vida”, indicaram.

Ao mesmo tempo, a Rede CLAMOR denunciou “que em muitos países de trânsito e recepção”, os venezuelanos “estão sendo vítimas de tráfico, escravidão sexual e exploração profissionais, em grande parte dos casos, por não ter documentação”.

“Frente a tão grave situação, apoiamos as medidas tomadas pelos governos de Brasil, Chile, Peru e mais recentemente Colômbia, que favorecem a integração laboral dos venezuelanos migrantes”, afirmou.

Entretanto, continuou a mensagem, “nos preocupa a atitude de vários governos que ainda não assumiram uma política pública de acolhida, dada a magnitude da crise humanitária pela qual nossos irmãos e irmãs venezuelanos atravessam”.

Ao ratificar seu compromisso de acompanhamento aos migrantes, pedem a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, para que “cubra com seu manto protetor todo o povo venezuelano e, em especial, os que se encontram em situação de migração”.

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