A Diocese de Coimbra (Portugal) ganhou no dia 24 de junho um novo Diácono a caminho do sacerdócio: João Nuno Castelhano, o qual recordou que sua história de vida traz os sinais do amor de Deus desde a infância, quando sofreu um grave acidente e foi salvo “por um milagre”.

O Diácono João Nuno Castelhano foi ordenado pelo Bispo Diocesano, Dom Virgílio do Nascimento Antunes, juntamente com três novos sacerdotes para a Diocese de Coimbra.

Em declarações ao semanário da Diocese de Coimbra ‘O Amigo do Povo’, Diácono Nuno contou como sua vocação presbiteral foi crescendo dentro de sua família e recordou momentos que viveu e que mostraram “como a vida é um milagre e um dom maravilhoso de Deus”.

Filho de um Diácono Permanente, João Nuno assegurou que “o despertar para a vocação presbiteral surgiu na minha família e na minha paróquia”. Segundo ele, “ao longo de todo este percurso a minha família foi o ‘porto seguro’: os meus pais, os meus irmãos, os meus avós, tios e primos, e também a paróquia do Seixo, comunidade que me ajudou, e ajuda, a crescer”.

O futuro sacerdote contou que nasceu “prematuro, pequeno e frágil”. Além disso, durante sua infância, viveu um fato que marcou sua vida.

“Aos 6 anos, eu e o meu irmão (com 8 anos), sofremos um grave acidente na brincadeira: ficamos presos na bagageira de um carro comercial num dia de extremo calor; fiquei tão mal que os médicos que nos assistiram no hospital chegaram a dizer aos meus pais que provavelmente eu não resistiria”, recordou.

O pequeno João Nuno, então, precisou ser induzido ao coma. Após alguns dias, começou a se recuperar. “E uma das primeiras coisas de que falei – dizem-me – foi de Nossa Senhora de Fátima”, sublinhou, acrescentando que em seguida, passou a fazer de “tratores e vacas, da minha vida da aldeia, no Seixo de Mira, de onde sou natural”.

Dias depois, começou a andar novamente e a reaprender a falar. Segundo ele, “um dos médicos dizia: ‘Ainda dizem que não há milagres!’”.

Voltou, então para a escola, apesar das dificuldades, pois seus pais queriam que “aprendesse a ler e a escrever”. “Depois, os professores e médicos que me acompanhavam acharam que eu tinha condições para continuar os estudos, e continuei tranquilamente” e, “no sétimo ano escolar”, ingressou no ensino alternativo, na área da agricultura.

Ao mesmo tempo, passou a ouvir o chamado de Deus ao sacerdócio, então, começou a frequentar o pré-seminário, por volta dos 10 ou 11 anos. “No carnaval do meu 12º ano, fui a Taizé, e foi aí que, estando a concluir o percurso do pré-seminário, me senti chamado”.

“Então – recordou –, em conversa com o Pe. Nuno Santos, aceitei o desafio de ingressar no seminário, o que veio a acontecer no dia 5 de outubro 2009”.

No ano passado, concluiu o curso de Teologia no ano passado e tem feito estágio na unidade pastoral de Alvaiázere.

Sobre o sacerdócio, o Diácono João Nuno expressou: “Quero poder ajudar aqueles que me rodeiam a sentirem o amor de Deus por cada ser humano, tal como eu tenho sentido na minha vida”.

“Aproveito para me dirigir àqueles que andam em busca da sua vocação. Não tenham medo. Por vezes o caminho parece longo, as dificuldades intransponíveis, mas não estamos sós no caminhar. Pois Jesus caminha conosco. E, se há mais alegria em dar do que em receber, nunca se cansem de fazer o bem! e abram o coração ao amor de Deus”, concluiu.

Confira também: