O Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, ao Oitavo Mandamento do Decálogo: “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”.

“Este mandamento – assegurou o Santo Padre – proíbe de falsificar a verdade nas relações com os outros”. Em sua catequese, Francisco afirmou que “viver de comunicações não autênticas é grave, porque impede as relações e, portanto, o amor. Onde há mentira, falta amor. Não pode haver amor”.

O Pontífice sublinhou que “a verdade é a revelação maravilhosa de Deus, do seu rosto de Pai, do seu amor sem limites. Esta verdade corresponde à razão humana, mas a supera infinitamente, porque é um dom derramado sobre a terra e encarnado em Cristo crucificado e ressuscitado”.

“Não levantar falso testemunho quer dizer viver como filhos de Deus, que jamais desmente a si mesmo, jamais mente, deixando emergir em cada ato a grande verdade: que Deus é Pai e é possível confiar Nele. Eu confio em Deus, esta é a grande verdade. E dessa nossa confiança em Deus Pai, de que Ele nos ama, nasce a minha verdade e o ser verdadeiro e não mentiroso”.

Explicou que, “quando falamos de comunicação entre as pessoas, não entendemos somente as palavras, mas também os gestos, as atitudes e até mesmo os silêncios e as ausências. Uma pessoa fala com tudo aquilo que é e o que faz. Todos nós vivemos comunicando e estamos continuamente num frágil equilíbrio entre a verdade e a mentira”.

Mas, “o que significa dizer a verdade?”, perguntou Francisco. “Significa ser sincero? Ou exato? Na realidade, isso não basta, porque se pode estar sinceramente no erro, ou pode-se ser preciso nos detalhes, mas não colher o significado do conjunto”.

“Às vezes, justificamo-nos dizendo: ‘Disse aquilo que sentia’. Sim, mas absolutizou seu ponto de vista. Ou também: ‘Disse apenas a verdade’. Pode ser, mas revelou fatos pessoais ou reservados. Quantas fofocas destroem a comunhão por inoportunidade ou por falta de delicadeza!”.

Portanto, “o que é a verdade?”. O Pontífice destacou que “esta é a pergunta que Pilatos fez diante de Jesus”. “A verdade encontra sua plena realização na própria pessoa de Jesus, no seu modo de viver e de morrer, fruto da sua relação com o Pai”.

“Perguntemo-nos: qual verdade testemunham as obras dos cristãos, nossas palavras, nossas escolhas. Os cristãos não somos homens e mulheres excepcionais. Somos, porém, filhos do Pai celeste, que é bom e não desilude, e coloca no coração de seus filhos o amor pelos irmãos”, concluiu.

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