O padre Fidelis Moscinski, que liderou, rezando o terço, a procissão em defesa da vida da igreja católica de São Paulo, no distrito do Brooklyn, até à clínica local de Planned Parenthood, disse que ela foi transformada em uma “Via Sacra” ou “Via Dolorosa” por causa de defensores do aborto que tentaram impedir o ato pró-vida, no dia 10 de julho, em Nova York. Os defensores assediaram os participantes e dificultaram fisicamente seu avanço. A procissão durou duas horas para percorrer sete quarteirões da cidade.

“Quando fomos até a clínica de abortos, era como se fossemos ao Calvário de hoje, onde o sangue inocente é derramado. E a nossa procissão ali, naquele dia, foi como uma Via Sacra para nós”, afirmou o padre Moscinski em entrevista ao programa EWTN Pro-Life Weekly, na quinta-feira, 22 de julho.

“Eu ia pensando no abuso que o Nosso Senhor sofreu quando levou sua cruz até o Calvário. Todos estávamos ali em espírito de oração, rezando o terço enquanto caminhávamos. Foi difícil, mas perseveramos e finalmente chegamos lá”, acrescentou.

O dia de oração “Witness for Life” do Brooklyn, que é celebrado no segundo sábado de cada mês, normalmente começa com uma missa às 8h da manhã, hora local, na igreja de São Paulo, e prossegue com uma procissão que reza o terço até chegar na clínica abortista local de Planned Parenthood.

No entanto, no dia 10 de julho, o grupo New York City for Abortion Rights (NYCFAR) se reuniu na parte de fora da igreja de São Paulo, antes da missa da manhã, e começou a gritar: “Nossos corpos, nossas vidas, nosso direito de decidir”, bem como “a Igreja de São Paulo assedia os pacientes” e “Aborto voluntário gratuito, podemos consegui-lo? Sim, podemos”.

Os manifestantes tinham cartazes com frases que incluíam “Deus ama o aborto” e “esta igreja persegue as mulheres”.

Em seus folhetos, o NYCFAR denunciava o padre Moscinski como o “líder” da marcha pró-vida. Ele era descrito como uma pessoa “longe de ser pacífica”.

As fotos da procissão mostram defensores do aborto segurando cartazes e fumando cigarros na frente do padre Moscinski. A apresentadora do EWTN Pro-Life Weekly, Catherine Hadro, perguntou ao sacerdote como ele conseguiu encontrar a paz no meio do caos.

“Nós tínhamos acabado de sair da celebração do santo sacrifício da missa. Recebemos Jesus na sagrada Comunhão, e ele é a fonte da nossa paz e da nossa força. E quando eu olhava para aquelas pessoas, eu pensava: 'Estas pessoas não são o inimigo. Elas estão enganadas´”, afirmou o padre.

Quando lhe perguntaram o que os defensores da vida poderiam fazer a mais na luta contra o aborto, o padre Moscinski disse que são necessários “a oração e o jejum”.

“Precisamos descobrir novamente a humildade e a coragem para orar e jejuar. E acho que isso é algo que todos poderíamos fazer ainda melhor”, disse.

Na entrevista, ele também afirmou que ser “pró-vida é o tema mais importante nos Estados Unidos e todo católico tem que participar ativamente do movimento pró-vida, de alguma maneira”.

“Nem todo mundo pode fazer tudo, mas todo mundo tem que fazer pelo menos alguma coisa”, afirmou.

O incidente do dia 10 de julho foi o segundo nos últimos meses. No evento Witness for Life do mês passado, o NYCFAR também organizou um protesto.

O padre Moscinski disse que a conjuntura para o movimento pró-vida na sua região “é desafiadora e difícil” e afirmou que todos os dias ocorrem quase 300 abortos no estado. Ele já foi preso várias vezes após entrar em clínicas de aborto para tentar aconselhar as mulheres para que escolham a vida.

“A medida do nosso amor por Cristo está determinada por aquilo que fazemos para salvar os menores entre nós, porque o Senhor disse que tudo aquilo que você fez pelo menor dos meus irmãos, você fez a mim”, concluiu.

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