A Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP) abriu o processo diocesano canônico para investigar um suposto milagre atribuído à intercessão do beato Luís Tezza, na terça-feira, 27 de julho. O beato italiano foi sacerdote da Ordem dos Clérigos Regulares Ministros dos Enfermos (Camilianos) e fundador da Congregação das Filhas de São Camilo.

O processo para a causa de canonização irá investigar o suposto milagre ocorrido no município de Orindiuva (SP), em favor de uma mulher que teve um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, além de outras complicações. Seus familiares e amigos fizeram correntes de oração ao beato Luís Tezza e atribuem à intercessão do sacerdote a perfeita recuperação da paciente.

“Para nós a abertura desse processo significa um momento de graça em que podemos tocar com a mão a ação de Deus em meio aos seus filhos e filhas. Com certeza se trata de um primeiro passo, muito importante, que poderá levar o nosso fundador à canonização”, disse Irmã Bernadete, postuladora geral das Filhas de São Camilo, ao site da congregação.

A sessão solene de abertura do processo diocesano canônico aconteceu no salão Dom Alberto, em Ribeirão Preto. Estiveram presentes um grupo de religiosas da Congregação das Filhas de São Camilo, padres camilianos, a mulher que recebeu o milagre a ser investigado e seus familiares.

Durante a cerimônia, o arcebispo dom Moacir Silva, por intermédio de decreto, autorizou e instituiu o Tribunal Interdiocesano. O arcebispo nomeou como juiz delegado o padre Antônio Carlos Santana, como promotor de Justiça o padre José Sidney de Gouveia e como notário o padre Antônio de Pádua Dias.

O Beato Luís Tezza nasceu em 1º de novembro de 1841, em Conegliano, na Itália, em uma família muito religiosa. Seu pai, Augusto Nedwiedt, era médico e morreu quando o filho tinha apenas oito anos, mas seu exemplo de dedicação à profissão e cuidado dos doentes se refletiu mais tarde em Luís.

Em certa ocasião, Luís Tezza escreveu ao padre Luís Artini, camiliano, superior da Casa Santa Maria del Paradiso, em Verona, e disse que gostaria de conhecer o carisma e espiritualidade camiliana, buscando, assim, discernir sua vocação. Em 29 de outubro de 1856, sua mãe, Catarina Nedwiedt, o acompanhou até aquela comunidade, onde iniciou sua formação religiosa.

Viúva e se sentindo sozinha após se separar do filho, Catarina também renunciou a todos os seus bens e buscou a vida consagrada. Em 21 de agosto de 1857, recebeu o hábito das Monjas da Visitação do Mosteiro de Pádua, em uma cerimônia da qual seu filho participou.

Luís Tezza fez a sua profissão religiosa perpétua em 8 de dezembro de 1858 e foi ordenado sacerdote em 21 de maio de 1864. Ele desejava fundar um instituto religioso feminino que se dedicasse, também com voto especial, à assistência aos doentes. Assim, em 2 de fevereiro de 1892, deu início à Congregação das Filhas de São Camilo, com a cofundadora  Judite, mais tarde chamada Madre Josefina Vannini.

Depois de uma vida toda entregue ao serviço da caridade para com os doentes e necessitados, padre Luís Tezza morreu no dia 29 de setembro de 1923, em Lima, no Peru, onde durante 23 anos desenvolveu um intenso trabalho apostólico nos hospitais, casas, prisões e em vários institutos religiosos e seminários como diretor espiritual.

Padre Luís Tezza foi beatificado pelo papa São João Paulo II em 4 de novembro de 2001.

Confira também: