No primeiro dia do Congresso Internacional WeAreN2016, em defesa da liberdade religiosa e outros direitos humanos, foi exposto na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque (Estados Unidos) a situação dramática que vivem os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio, devido à perseguição dos extremistas muçulmanos liderados pelo Estado Islâmico (ISIS ou Daesh).

“Por favor, salvem-nos do ISIS”, exclamou Samia Sleman, jovem yazidi – religião considerada como adoradores do demônio pelos extremistas muçulmanos –, durante sua exposição no congresso.

Samia, que foi sequestrada e feita escrava sexual pelo ISIS, denunciou que estes terroristas “violentavam meninas yazidis de 7 e 8 anos e matavam os homens e mulheres maiores”.

“Somente queriam as meninas como escravas sexuais”, relatou entre lágrimas no auditório da ONU. “Éramos vendidas ou nos davam de presente”.

“Somente a comunidade cristã internacional pode nos salvar”, assegurou.

Em seu lado, a ativista Jacqueline Isaac, que com a organização Roads of Success resgata meninas das mãos do Estado Islâmico, recordou que “uma menina morreu porque foi violentada tantas vezes que seu corpo não aguentou mais”.

Durante o primeiro dia do congresso, que acontece entre de 28 a 30 de abril, participou também o Arcebispo Melquita de Aleppo (Síria), Dom Jean-Clément Jeanbart, o qual assegurou que, apesar da perseguição, “mantemos a esperança cristã”.

Dom Jeanbart advertiu que “se a guerra na Síria não acabar, o martírio acabará conosco”, ao mesmo tempo agradeceu ao Papa Francisco “por animar a paz” nesse país.

Outra participante foi a Irmã Guadalupe Rodrigo, missionária das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará na Síria.

Os cristãos perseguidos no Oriente Médio, assinalou, “rezam pelas vítimas (dos atentados) em Paris. O Ocidente reza por eles?”.

A religiosa destacou a coragem dos cristãos perseguidos, eles “sorriem porque entendem que a vida é curta e hoje pode ser seu último dia”. “Acabem com a guerra!”, implorou.

“Em Aleppo, tudo acabou com a violência do ISIS”, lamentou e assinalou que atualmente o que ocorre é a decapitação de cristãos, “crianças enterradas vivas ante suas mães por serem cristãs”.

Nesse sentido, sublinhou, “nossos cristãos estão dispostos a entregar a sua vida antes de negar Jesus Cristo”.

Em seguida, o Pe. Douglas Bazi, sacerdote no Iraque sequestrado pelo Estado Islâmico, recordou: “Fui torturado somente por ser cristão e a mesma coisa acontece com meus irmãos no Oriente Médio”.

Os cristãos na região, lamentou o Pe. Bazi, “estão desaparecendo, o mundo logo nos esquecerá”.

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“Eu sou sacerdote, não posso perder a esperança, mas meu povo a está perdendo”, disse.

Também participaram Carl e Marsha Mueller, pais de Kayla Jean, jovem ativista sequestrada, torturada, violentada e assassinada por terroristas do Estado Islâmico.

Em sua exposição, Marsha Mueller recordou: “Kayla foi cruelmente torturada pelo Estado Islâmico durante 18 meses e logo assassinada em fevereiro de 2015”.

A jovem, disse sua mãe, “jamais se submeteu ao Islã, manteve-se firme em sua fé lutando pela paz e pela justiça”.

 

O Bispo de Kafanchan (Nigéria), Dom Joseph Danlami Bagobiri, também se apresentou no congresso WeAreN2016, advertindo que 80% da perseguição produzida atualmente no mundo é contra os cristãos.

Dom Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé ante a ONU em Nova Iorque, exortou a comunidade internacional a colocar meios para acabar com a violência no Oriente Médio.

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