A polícia encontrou na quarta-feira os restos mortais de pelo menos cinco bebês abortados na casa da ativista Lauren Handy, que é afiliada ao grupo Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU, Levante Progressista Anti-aborto), uma organização secular que se manifesta contra o aborto.

Embora não esteja claro quem tem responsabilidade legal pelos restos mortais, a PAAU diz que um membro de seu grupo "fez um arranjo em privado" para que a polícia recolhesse os restos mortais e fizesse um "exame forense", pelo temor de que os bebês tenham sido abortados ilegalmente.

A polícia metropolitana disse que revistaram a casa em Washington, D.C., no dia 30 de março, seguindo uma pista sobre o potencial "material de risco biológico". As crianças por nascer, que segundo a polícia foram "abortadas de acordo com a lei de Washington", foram coletadas pelo médico legista e a investigação sobre como os restos mortais foram parar no apartamento está em andamento.

PAAU é um grupo relativamente novo criado e liderado por Terrisa Bukovinac, a fundadora e presidente do Pro-Life San Francisco e ex-presidente do Democrats For Life.

CNA, agência em inglês do grupo ACI, entrou em contato com a PAAU para perguntar por que e como os restos mortais estavam sendo armazenados na casa de Handy e quem tem responsabilidade legal pelos restos mortais, entre outras perguntas. A CNA foi informada de que o grupo não planeja comentar publicamente até uma coletiva de imprensa marcada para amanhã (5).

Entretanto, uma declaração on-line da PAAU diz que os bebês vieram de "informantes" e que o grupo acredita que os bebês podem ter sido abortados em violação às leis federais contra o aborto com nascimento parcial e infanticídio.

O grupo disse que os "informantes que receberam os fetos" estarão presentes na coletiva de imprensa na terça-feira. Pelo menos cinco restos mortais de bebês foram recuperados pela polícia, embora a PAAU tenha insinuado que eles têm mais corpos de bebês que não foram entregues à polícia.

"Suas idades gestacionais tardias, bem como suas aparentes lesões sofridas mostram potencialmente violações da Lei de aborto por nascimento parcial, assim como da Lei de proteção de bebês nascidos vivos, que são crimes federais”, diz o comunicado.

O grupo também disse que celebrou uma missa fúnebre e uma cerimônia para dar nome aos bebês. A PAAU ainda não comentou se será possível que os bebês recebam um enterro digno.

Handy é convertida ao catolicismo e esteve envolvida em ativismo pró-vida, incluindo aconselhamento para incentivar as mulheres que vão às clínicas a não fazer o aborto.

Uma reportagem de 2017 do programa EWTN Pro-life Weekly, da EWTN grupo a que pertence a ACI Digital, mostra Handy rezando o terço da Divina Misericórdia do lado de fora de uma clínica, e elogiando o "poder da oração" para ajudar as mulheres a reconsiderar a prática de um aborto. Naquele ano, ela disse que salvou "cerca de 500" bebês do aborto através de seus encontros com mulheres em clínicas de aborto, e foi presa várias vezes por causa de seu ativismo.

Antes do lançamento da PAAU em outubro de 2021, Bukovinac explicou à CNA que seu grupo é "uma revolta de ativistas de base" que "busca organizar cidades azuis em todo EUA" contra o aborto. “Cidades azuis” é uma expressão que se refere a cidades a cidaddes que elegem fielmente políticos democratas. Ela disse que escolheu a frase “anti-aborto” no nome do grupo, em vez de “pró-vida”, porque “em círculos mais esquerdistas, às vezes a frase ‘pró-vida’ se tornou um pouco sem sentido”.

Bukovinac descreveu o grupo como “uma organização de um só tema: nos opomos ao aborto”.

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