O papa Francisco abençoou a freira colombiana Gloria Cecilia Narvaez Argori, libertada depois de 4 anos e 8 meses sequestrada por terroristas muçulmanos no Mali, antes da missa de abertura do processo sinodal mundial, na Basílica de São Pedro, ontem, 10 de outubro.

Irmã Gloria, membro da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, foi sequestrada no sul do Mali em 2017.

A presidência do Mali anunciou que ela foi libertada em 9 de outubro, após "4 anos e 8 meses de esforços conjuntos de vários serviços de inteligência".

O governo publicou nas redes sociais fotos do encontro com o presidente interino, coronel Assimi Goita, acompanhado pelo arcebispo de Bamako, cardeal Jean Zerbo. “Oramos muito por sua libertação. Agradeço às autoridades do Mali e a outras pessoas boas que tornaram esta libertação possível”, disse o cardeal.

Homens armados sequestraram a irmã Gloria em Karangasso, 145 quilômetros ao sul da cidade de San, perto da fronteira com Burkina Faso, em 7 de fevereiro de 2017.

Os homens a obrigaram a entregar as chaves da ambulância comunitária. Mais tarde, o veículo foi encontrado abandonado. Outras três irmãs estavam presentes em sua casa, mas escaparam.

Os sequestradores iam levar a irmã mais nova, mas a irmã Gloria se ofereceu como voluntária para ir em seu lugar.

A freira colombiana serviu no Mali por 12 anos antes de seu sequestro.

Sua comunidade administra um grande centro de saúde no país, bem como uma casa para cerca de 30 órfãos.

Em maio de 2021, a irmã deu sinais de vida com uma carta escrita à mão pedindo orações por ela.

Antes da divulgação da carta, a última vez que se teve notícias dela foi em 2019, quando em um vídeo a freira pediu ajuda ao papa Francisco.

O Mali está atualmente sob a liderança de Goita, que liderou dois golpes em um período de nove meses, derrubando primeiro o presidente democraticamente eleito, Ibrahim Boubacar Keita, em agosto de 2020 e, em maio deste ano, os líderes interinos que liderariam a transição do governo.

Após o golpe de 24 de maio, o tribunal constitucional do Mali nomeou Goita como presidente de transição do Mali até que o país realize eleições.

A medida atraiu críticas, e os líderes católicos do país chamaram-na de "tomada de poder fora do processo legal".

O Mali está lutando contra uma insurgência islâmica que começou no norte, em 2012, e se espalhou para Burkina Faso e Níger, com um aumento nos sequestros.

A Agência Fides informou em setembro de 2020 que a mãe da irmã Gloria morreu aos 87 anos enquanto esperava a libertação de sua filha.

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