Em entrevista publicada hoje (1º), o papa Francisco falou sobre o dia em que chorou ao visitar um cemitério militar com vítimas da Primeira Guerra Mundial.

Em setembro de 2014, o papa viajou para a região italiana de Friuli Venezia, onde visitou o cemitério militar de Redipuglia. Lál estão enterrados soldados mortos na Primeira Guerra Mundial.

Francisco falou da guerra à agência Télam, e disse que “infelizmente, é uma crueldade diária. Na guerra, não se dança o minueto, mata-se”.

“E há toda uma estrutura de venda de armas que a favorece. Uma pessoa que conhecia estatísticas me disse, não me lembro bem dos números, que se as armas não fossem fabricadas por um ano, não haveria fome no mundo”, explicou.

Ele então lembrou que “quando fui a Redipuglia em 2014, para o centenário da guerra de 1914, vi a idade dos mortos no cemitério e chorei. Eu chorei naquele dia".

“No dia 2 de novembro, alguns anos depois, fui ao cemitério de Anzio e quando vi a idade daqueles meninos mortos, também chorei. Não tenho vergonha de dizer. Que crueldade”, disse Francisco.

Durante a entrevista, o papa falou também sobre a pandemia e a forma como ela afetou o mundo inteiro, dizendo que durante este tempo "houve heróis" e que "uma das coisas mais sérias da vida é saber viver uma crise, não com amargura".

Francisco também destacou a importância de cuidar do meio ambiente e disse que “há pessoas que não podem imaginar o perigo que a humanidade está enfrentando hoje com esse superaquecimento e manuseio da natureza”.

Francisco também falou sobre a Igreja na América Latina e enfatizou que os padres devem estar “no meio de seu povo, na frente de seu povo e atrás de seu povo”.

Em seguida, o papa pediu aos meios de comunicação "uma objetividade saudável" e disse que "a comunicação é algo sagrado. Talvez seja uma das coisas mais bonitas que a pessoa humana tem. Comunicar é divino e é preciso saber fazê-lo com honestidade e autenticidade”.

Por fim, a jornalista perguntou: "teremos o papa Francisco por mais um tempo"?

"Deixemos a resposta para Aquele que está no alto", Francisco respondeu.

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