Depois dos confrontos em Mianmar, país de maioria budista, o Papa Francisco pediu ontem para que respeitem os direitos da minoria muçulmana rohingya, que sofre perseguição no país asiático.

Segundo informações da Reuters, cerca de mil muçulmanos desta etnia que fugiram da violência no estado Rakhine, em Mianmar, foram presos na fronteira com Bangladesh.

Nos enfretamentos, morreram 89 pessoas, de acordo com o exército de Mianmar, entre eles 77 são insurgentes rohingya e 12 pertencem às forças da ordem que, de acordo com a ONU, teriam cometido várias violações dos direitos humanos em ofensivas contra a minoria religiosa que começaram no ano passado.

Embora Bangladesh não acolha oficialmente os refugiados, cerca de 87 mil chegaram de Mianmar desde o mês passado.

Mianmar tem aproximadamente 60 milhões de habitantes, 89 por cento deles são budistas. Os cristãos são quatro por cento, assim como os muçulmanos. O restante, três por cento, pertence a outras religiões locais.

Desde 2012, mais de 1 milhão de rohingyas que vivem em Mianmar são discriminados pelo governo, que não os reconhece como cidadãos.

Depois da oração do Ângelus de domingo na Praça de São Pedro, o Papa Francisco disse: “Chegaram tristes notícias sobre a perseguição contra a minoria religiosa, os nossos irmãos rohingya”.

“Gostaria de expressar toda a minha proximidade a eles, e todos nós pedimos ao Senhor para salvá-los e para suscitar homens e mulheres de boa vontade para ajudá-los, que deem a eles plenos direitos. Rezemos também pelos irmãos rohingya”, disse o Santo Padre.

Esta não é a primeira vez que o Papa expressa a sua preocupação pelos membros desta minoria religiosa perseguida em Mianmar.

Em maio de 2015, fez um apelo urgente por um grupo de 500 rohingyas que foram abandonados por traficantes de pessoas no Oceano Índico e que nenhuma nação queria receber.

A Malásia e a Tailândia, que já receberam um grande número de refugiados do país asiático, disseram que não poderiam receber mais pessoas.

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