Em sua viagem apostólica a Chipre, o papa Francisco visitará a catedral Maronita de Nossa Senhora das Graças em Nicósia. Durante a visita, Francisco se encontrará com sacerdotes, religiosos e religiosas, diáconos, catequistas e associações e movimentos eclesiais de Chipre.

A igreja é uma das construções mais importantes para os maronitas, rito católico ao qual pertencia são Charbel Makhlouf, religioso libanês e primeiro santo oriental cuja devoção chegou à América, especialmente por causa dos imigrantes libaneses, como no Brasil.

Segundo o site oficial, a catedral de Nossa Senhora das Graças “está intimamente relacionada com a história dos maronitas e ocupa um lugar excepcional em seus corações”.

Durante a ocupação dos turcos, a primeira catedral dedicada a são João foi tomada e transformada em mesquita. Naquela época, os maronitas construíram a Igreja da Santa Cruz, que passou a ser administrada pelos franciscanos.

Alguns anos depois, os maronitas realizaram a construção da catedral de Nossa Senhora das Graças, inaugurada pelo então arcebispo maronita Elias Farah.

A igreja, cuja construção foi concluída em 1960, tem um campanário alto, três entradas e janelas de estilo românico. Divide-se entre o santuário, a igreja matriz e o nártex, sobre o qual fica o coro para os serviços oficiais.

Na parede do santuário há um mosaico dedicado à Virgem Maria, com doze anjos rodeando a Mãe de Deus. A igreja principal é dividida em três partes com colunas, nas quais há bancos e cadeiras, e o púlpito é circundado por mosaicos que representam os quatro evangelistas.

O papa Francisco é o segundo pontífice a visitar esta igreja. Em 2010, o então papa Bento XVI visitou a catedral maronita de Nossa Senhora das Graças, onde saudou os católicos maronitas.

“Esta Igreja Catedral representa por diversos aspectos a verdadeira história, longa e rica, às vezes turbulenta, da comunidade maronita em Chipre. Os maronitas chegaram a estas orlas em diversos períodos ao longo dos séculos e frequentemente sofreram duras provas para permanecer fiéis à sua herança cristã específica”, disse Bento XVI. "Ainda que sua fé tenha sido acrisolada como o ouro pelo fogo, perseveraram na fé de seus pais, uma fé que neste momento passou a vós, maronitas cipriotas de hoje. Eu vos exorto a valorar como um tesouro esta grande herança".

Segundo o papa emérito, a catedral “recorda-nos também uma importante verdade espiritual. São Pedro afirma que os cristãos são pedras vivas que entram ‘na construção do templo do Espírito formando um sacerdócio sagrado para oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por Jesus Cristo’. Junto com todos os cristãos do mundo, somos parte deste grande templo que é o Corpo Místico de Cristo. Nosso culto espiritual, oferecido em muitas línguas, em tantos lugares e em uma formosa variedade de liturgias, é uma expressão da única voz do Povo de Deus, unido em oração e em agradecimento a ele, em uma comunhão permanente de uns com outros".

Os maronitas em Chipre

Vatican News disse que a segunda maior comunidade de católicos em Chipre é a maronita, que constitui 1,5% das 850 mil pessoas que vivem no país hoje.

"Os maronitas chegaram em ondas sucessivas a partir do século VIII e prosperaram sob o domínio latino, tornando-se a mais numerosa comunidade de cristãos orientais depois da grega", acrescentou.

Em 2019, havia 13 mil católicos maronitas em Chipre, principalmente concentrados em Nicósia sob a "jurisdição da Arquieparquia de Chipre dos Maronitas, atualmente conduzida por dom Selim Jean Sfer".

“Em termos de distinção cultural, os maronitas de Chipre são predominantemente falantes nativos de grego. Hoje, no entanto, eles também falam línguas diferentes, como fizeram ao longo de sua história, que incluem siríaco, árabe, francês e italiano", disse Vatican News.

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