O papa Francisco enviou hoje (2) uma mensagem aos participantes da Conferência Roma Med – Diálogos do Mediterrâneo, uma iniciativa anual promovida pelo Ministério Italiano das Relações Exteriores e Cooperação Internacional.

Este evento acontece em Roma com o objetivo de “repensar as abordagens tradicionais” na zona do Mediterrâneo, “complementando a análise dos desafios atuais com novas ideias e sugestões”.

Em sua mensagem, o papa Francisco disse que o Mediterrâneo é “um mar que tem vocação para o progresso, o desenvolvimento e a cultura, que infelizmente parece ter se perdido no passado recente e que precisa ser recuperado plenamente e com convicção”.

Ele também lamentou que "muitas vezes nos esquecemos de que as linhas que delimitam são também as que ligam, e que a ambivalência do termo ‘fronteira’ também pode aludir a um objetivo comum".

Francisco incentivou a retomar a “cultura do encontro” do passado para “reconstruir o sentido de fraternidade” e estabelecer relações mais humanas, “inclusive com os migrantes”.

O papa pediu evitar “soluções parciais e defeituosas, que não só não resolvem os problemas, mas os tornam crônicos” e disse que “a migração é essencial para o bem-estar desta zona e não pode ser parada”.

“Portanto – continuou o papa – é do interesse de todas as partes encontrar uma solução compreensiva de vários aspectos e da justiça, que seja vantajosa para todos e que garanta a dignidade e a prosperidade humana”.

O papa Francisco falou de uma “globalização dos problemas”, que depois da pandemia “reaparece hoje no contexto do dramático conflito bélico em curso na Europa, entre a Rússia e a Ucrânia”.

Ele citou a "a crise energética, financeira e humanitária de tantos inocentes forçados a deixar suas casas e perder seus bens, como também a crise alimentar, que atinge um número crescente de pessoas em todo o mundo, especialmente nos países mais pobres”.

“Esta crise incita-nos a considerar toda a situação numa perspectiva global, tal como os efeitos são globais”, disse, acrescentando que “assim como não é possível pensar em enfrentar a crise energética desvinculada da crise política, não se pode ao mesmo tempo resolver a crise alimentar desvinculada da persistência dos conflitos, ou a crise climática sem levar em consideração o problema migratório”.

“Com estes votos desejo-lhes um trabalho sereno e frutífero, assegurando a minha oração e invocando a bênção de Deus sobre todos vocês”, concluiu o papa Francisco.

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