O Papa Francisco se encontrou ontem com diversos representantes dos trabalhadores no ginásio do Colégio Bachilleres do Estado de Chihuahua.

Em seu discurso, o Santo Padre os convidou a sonhar e construir o México onde o pai e a mãe tenham tempo para brincar com seus filhos. “Isso conseguirão negociando, perdendo para que ganhem todos”.

“Convido-os a sonhar com o México que seus filhos se merecem; o México onde não haja pessoas de primeira, segunda ou de quarta, mas o México que sabe reconhecer no outro a dignidade de filho de Deus”, exortou.

Ao chegar ao lugar onde aconteceu o encontro, o Santo Padre se dirigiu ao placo e imediatamente a multidão começou a aclamar “Francisco, irmão, já é mexicano!” e “Francisco, amigo, Juárez está contigo!”.

O Santo Padre se sentou e recebeu as boas-vindas de Dom Jorge Alberto Cavazos, Bispo Auxiliar de Monterrey e assessor da pastoral dos trabalhadores, que disse: “Aqui há representantes em suas diversas expressões, esperamos suas palavras, que sempre nos fortalecem para obter metas comuns favoráveis. Santo Padre, muito obrigado!”.

Em seguida, um casal deu seu testemunho, a secretária Daisy Floresça Gámez e seu esposo Jesus Gurrola Varela, asseguraram que a situação econômica e as funções de trabalho atuais em Juárez “tornam cada vez mais difícil a convivência da família e o verdadeiro cuidado e atenção aos filhos”.

O casal falou ainda acerca do “desgaste desproporcionado pelo trabalho” e por isso pediram ao Santo Padre que reze e interceda pelas famílias, “que de alguma maneira estão submetidas ao mercado – e isso nem sempre acontece de uma forma justa”.

Finalmente, agradeceram a presença do Sumo Pontífice que ficou de pé, abraçou-os e entregou-lhes um presente.

Depois, aproximou-se do palco Juan Pablo Castañón, Presidente Nacional do Conselho Coordenador Empresarial, que durante seu discurso ressaltou que a sociedade deve se concentrar no trabalho digno porque “a pessoa humana é princípio e fim de qualquer atividade econômica e política”.

O empresário acrescentou que as oportunidades recebidas pelos empresários como ele “nunca podem ser vistas como privilégios, mas como responsabilidade para com aqueles que têm menos”.

Depois dos testemunhos, o Papa Francisco recebeu um presente com cinco rosas de aço de uma família de empresários católicos, as quais representam as cinco Eucaristias que celebrou em seu país.

Também recebeu um presente com produtos regionais e um “presente digital”, de um trabalhador e uma diretora de empresa, respectivamente.

Após saudar pessoalmente e distribuir alguns rosários às pessoas que lhe presentearam, o Santo Padre agradeceu a todos pelas preocupações, pelas alegrias e esperanças que experimentam em suas vidas”.

O Santo Padre recordou às organizações de trabalhadores e representantes de câmaras e associações empresariais que “um dos maiores flagelos a que estão expostos os vossos jovens é a falta de oportunidades de instrução e trabalho sustentável e rentável”.

Por isso, o Papa Francisco respondeu que “o melhor investimento é criar oportunidades” a fim de evitar que a pobreza gerada se torne “o terreno favorável para que os jovens caiam na espiral do narcotráfico e de violência”.

O Pontífice acrescentou: “A única pretensão que tem a Doutrina Social da Igreja é velar pela integridade das pessoas e das estruturas sociais. Sempre que esta integridade, por várias razões, é ameaçada ou reduzida a bem de consumo”.

Finalmente o Pontífice assegurou que “o lucro e o capital não são um bem que está por cima do homem, mas estão ao serviço do bem comum”.

Depois de terminar seu discurso, o Papa Francisco lhes deu a bênção, pedindo a intercessão da Virgem de Guadalupe e de São José. Ao finalizar, pediu que rezassem por ele e se retirou entre aplausos ao seu seguinte destino, o Seminário Conciliar de Ciudad Juárez.

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