O papa Francisco e o patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill conversaram por videoconferência hoje (16). A notícia foi divulgada por nota ofcial do Patriarcado de Moscou.

Também participaram da conversa o metropolita Hilarion, principal bispo ortodoxo russo fora da Rússia, e o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt cardeal Koch.

Segundo a nota da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill “saudou cordialmente o Papa, manifestando sua satisfação pela possibilidade de organizar uma entrevista. Uma discussão detalhada da situação ucraniana ocorreu. Foi dada especial atenção aos aspectos humanitários da crise atual e às ações da Igreja Ortodoxa Russa e da Igreja Católica Romana para superar as consequências. As partes sublinharam a importância excepcional do processo de negociação em curso, manifestando a esperança de que uma paz justa seja alcançada o mais rápido possível. O papa Francisco e o patriarca Kirill também discutiram questões atuais da cooperação bilateral”.

O papa e Kirill se encontraram em Cuba em fevereiro de 2016: foi o único encontro entre um papa e um patriarca de Moscou na história.

Depois da nota do patriarcado de Moscou, a Santa Sé divulgou a seguinte mensagem, assinada pelo diretor da Sala de Imprensa, Matteo Bruni:

“A conversa se concentrou na guerra na Ucrânia e o papel dos cristãos e seus pastores em fazer tudo para que a paz prevaleça. O papa Francisco agradeceu ao patriarca por este encontro, motivado pelo desejo de indicar, como pastores de seu povo, um caminho para a paz, para rezar pelo dom da paz, para que o fogo cesse. A Igreja – concordaram o papa e o patriarca - não deve usar a linguagem da política, mas a linguagem de Jesus. Somos pastores do mesmo povo santo que crê em Deus, na Santíssima Trindade, na Santa Mãe de Deus: por isso devemos nos unir no esforço de ajudar a paz, ajudar aqueles que sofrem, buscar caminhos de paz, apagar o fogo. Ambos destacaram a excepcional importância do processo de negociação em curso porque, disse o papa: Quem paga a conta da guerra é o povo, são os soldados russos e é o povo que é bombardeado e morre. Como pastores - continuou o Papa - temos o dever de estar perto e ajudar todas as pessoas que sofrem com a guerra. Houve uma época em que também se falava em nossas Igrejas de guerra santa ou guerra justa. Hoje não podemos falar assim. A consciência cristã da importância da paz se desenvolveu. E, concordando com o patriarca, sobre as Igrejas serem chamadas a contribuir para o fortalecimento da paz e da justiça, o papa Francisco concluiu: As guerras são sempre injustas. Porque quem paga é o povo de Deus, nosso coração não pode deixar de chorar diante das crianças, das mulheres mortas, de todas as vítimas da guerra. A guerra nunca é o caminho. O Espírito que nos une nos pede como pastores que ajudemos os povos que sofrem com a guerra”.

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