O padre espanhol Juan Manuel Góngora, com mais de 51 mil seguidores no Twitter, respondeu ao padre jesuíta americano James Martin, para quem um católico pode celebrar o “mês do orgulho gay ou LGBTQ”.

Martin, nomeado em 2017 consultor da Secretaria de Comunicação da Santa Sé, publicou um tuíte ontem (2) afirmando que um católico pode celebrar o “orgulho” gay em junho, mês que a Igreja dedica ao Sagrado Coração de Jesus.

“Os católicos podem celebrar o Mês do Orgulho? Sim, porque para uma pessoa LGBTQ (lésbica, gay, bissexual, transgênero e queer) não se trata de celebrar a vaidade, mas de reconhecer a dignidade humana”, escreveu o jesuíta. “Para a pessoa religiosa, também é uma lembrança de que as pessoas LGBTQ são filhos amados de Deus. #Pride2022”, acrescentou padre James Martin, usando a hashtag com a qual a comunidade homossexual celebra o mês do orgulho gay.

Em sua mensagem, padre Góngora disse que “a verdadeira resposta é que os católicos não podem celebrar a exaltação de atos que são 'intrinsecamente desordenados', e muito menos orgulhar-se de tendências sexuais fechadas à vida por natureza”.

"A mentira não é acolhida e enganar os filhos de Deus é um pecado grave", alertou Góngora.

Um católico pode celebrar o “orgulho gay”?

O padre Mario Arroyo, doutor em Filosofia e professor da Universidade Pan-Americana da Cidade do México, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que “um católico não deve celebrar o mês do orgulho gay ou o dia do orgulho gay por três razões”.

“A primeira é porque a forma de exercer a sexualidade não é motivo de orgulho, é uma questão pessoal, íntima, que não deve ter relevância social, pública, principalmente neste caso que não representa nenhum benefício para a sociedade”.

A segunda razão refere-se ao fato de que “não podemos ser ingênuos: muitas dessas celebrações do orgulho gay, como os desfiles, são marcadas por um forte conteúdo antirreligioso, em oposição à Igreja, à Bíblia e ao próprio Deus. É como colaborar com a causa que não defende os valores que que você tem”.

A terceira razão é que "o orgulho gay ou as marchas do orgulho gay não representam todas as pessoas que são gays ou homossexuais".

As marchas do orgulho gay

Por sua vez, frei Nelson Medina, padre conhecido por seu apostolado nas redes sociais e doutor em Teologia Fundamental, disse à ACI Prensa que “pelo lado das reais motivações por trás do dia ou mês do 'orgulho', a resposta é que nenhum cristão tem nada para apoiar aí”.

Frei Nelson listou então três elementos das manifestações do “orgulho gay”.

O primeiro é que "exaltam práticas sexuais incompatíveis com a moral católica, por motivos amplamente estudados em bons cursos de moral antropológica e bíblica".

O segundo é que "convidam muitas outras pessoas a expressarem ou experimentarem, mesmo por curiosidade, esse mesmo tipo de prática".

E o terceiro é que, com frequência, essas manifestações “denigrem, insultam ou zombam daqueles que eles consideram como seus adversários, ou seja, os católicos convencidos de sua fé”.

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