Em meio a apelos para abandonar o celibato sacerdotal, como o documento aprovado pelo Caminho SInodal Alemão, o padre espanhol Francisco Javier “Patxi” Bronchalo explicou no Twitter: "Por que nós, padres, não nos casamos".

Para Bronchalo, da diocese de Getafe, “às vezes, por trás de padres, bispos e cardeais que pedem isso, também pode haver feridas pessoais na experiência de seu sacerdócio. Eu digo ‘pode’, não afirmo categoricamente.”

“Uma pergunta para que vocês me entendam: o que vocês acham (que) demonstra um homem casado que se dedica mais a falar sobre as novas formas matrimoniais que a Igreja teria que aceitar em vez de falar da beleza de sua própria vida matrimonial?”

Além disso, lamentou, “há pessoas que pedem o fim do celibato para nós dizendo que não nos deixaram escolher, isso é falso”.

“Claro que nos deixaram escolher. Ao receber a ordenação, dissemos sim ao celibato livremente, já sabíamos que é parte essencial do sacerdócio”, destacou.

"E eu digo 'essencial' porque para entender o celibato na Igreja é preciso perceber que está no núcleo do que significa ser sacerdotes. O celibato não é um acréscimo nem um complemento para retirar e colocar de acordo com os tempos”.

“O que está no núcleo da vida dos esposos? A entrega conjugal. O aprender a se amar na doação da própria vida um pelo outro, no plano físico, psíquico e espiritual”, disse.

Padre Bronchalo recordou que são Paulo, na Carta aos Efésios, “exorta os maridos a amarem suas esposas 'como Cristo ama sua Igreja'. E como Cristo ama sua Igreja? Dando sua vida por ela, todo seu sangue, para que ela viva”.

“A chave para entender o celibato é que os padres também somos esposos. De quem? Da Igreja”, destacou.

O padre espanhol destacou que “como todos os homens, também carregamos no coração o desejo de nos entregar, de cuidar, de guiar, de sustentar e de dar vida. Temos um coração esposos”.

"Como bons esposos, queremos amar só uma mulher e amá-la durante toda nossa vida", disse ele.

“Essa mulher é a Igreja, por ela nos entregamos, dela cuidamos, apoiamos e orientamos, por ela damos a vida, a defendemos e não tentamos a mudar e a modelar à nossa medida”, acrescentou.

Padre Bronchalo destacou que “o celibato é muito mais do que uma tradição antiga, ou uma norma disciplinar, ou uma questão de exigência prática. Aqueles que querem mudar se apegam a essas coisas”.

“O celibato é uma questão de esponsalidade. Somos esposos, não solteirões, nem funcionários”, enfatizou.

"O sacerdote é 'outro Cristo'. Amamos a mulher Igreja com coração de homem. Esta é a razão pela qual é reservado para os homens. Também por isso não é para homens que apresentam tendências homossexuais arraigadas, o que é tratado com muita delicadeza na Igreja”, explicou.

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Ao finalizar a sua reflexão, padre Bronchalo pediu aos leigos que não vejam os sacerdotes "como mais um trabalhador que presta um serviço, mas como esposos que dão a vida todos os dias".

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