Nos últimos dias circula nas redes sociais um vídeo que mostra um massacre ocorrido em uma igreja, com dezenas de mortos e feridos, e querem responsabilizar o governo da Bolívia que atualmente está enfrentando protestos sociais. Entretanto, o ataque realmente ocorreu no país sul-americano?

“Massacre em uma igreja cristã na Bolívia”, “Massacre em uma igreja cristã na Bolívia por ordem do presidente”, são alguns tuítes que circulam nos últimos dias junto com as cenas de um massacre, pessoas ensanguentadas e pessoas caminhando desorientadas.

Entretanto, o massacre mostrado no vídeo – recolhido pela agência Al Arabiya – é o atentado contra os cristãos coptos do Egito ocorrido em 9 de abril de 2017 – Domingo de Ramos –, na igreja de São Jorge da cidade de Tanta, perto do Cairo. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico (ISIS) e provocou a morte de aproximadamente 25 pessoas e mais de 70 feridos.

Na verdade, o que ocorreu na Bolívia foi a entrada violenta da polícia na igreja de São Francisco de Assis em 11 de janeiro, para agredir um grupo de jovens que buscavam refúgio no templo.

Os jovens tinham protestado contra a decisão do Tribunal Constitucional que permite a reeleição do presidente Evo Morales, assim como a promulgação do novo Código de Sistema Criminal; documento que finalmente foi revogado em 25 de janeiro.

A repressão policial foi rechaçada no dia seguinte, 12 de janeiro, pela Conferência Episcopal Boliviana.

O Código Penal, já revogado, foi elaborado durante três anos pela Assembleia Nacional Plurinacional. Entretanto, durou apenas 42 dias devido às controvérsias provocadas pelos seus 650 artigos, como aqueles que deram mais causas para o aborto, dificultaram o trabalho missionário, entre outros.

Entretanto, a revogação deste documento não acabou com os protestos, pois segue o rechaço nas ruas ante uma nova reeleição presidencial de Evo Morales.

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