Diante de membros da Comunidade de Nomadélfia, aos quais recebeu em audiência na Sala Clementina do Palácio Apostólico, o Papa Francisco recordou a obrigação de todo cristão de acolher os fracos. O que fazemos aos nossos irmãos mais frágeis, fazemos ao próprio Cristo mesmo, advertiu o Santo Padre.

“Quem alimenta, veste e acolhe um dos mais pobres entre os homens, terá alimentado, acolhido e amado o próprio Filho de Deus. Quem, ao contrário, tenha rechaçado, desprezado e esquecido algum dos mais frágeis e pequenos, terá rechaçado Deus mesmo”, recordou.

O Pontífice refletiu acerca do que significa o Advento para um cristão. “O tempo de Advento nos ajuda a meditar no mistério do Filho de Deus, que se fez carne; com o seu nascimento ele trouxe ao mundo a luz e a paz”.

O Bispo de Roma assinalou que “no Natal, Deus não se revela como quem está no alto e domina o universo, mas como aquele que se abaixa e desce, assumindo o aspecto frágil de uma criança. Deste modo, Deus nos ensina que não devemos nos colocar acima dos outros, mas que somos chamados a nos rebaixarmos, a servir com amor os mais fracos, a nos fazermos pequenos com os pequenos”.

“Se Deus, mediante a vinda do seu Filho à terra se envolveu com o homem até o ponto de ser tornar como um de nós, exceto no pecado, isso significa que, segundo a mesma palavra de Jesus, algo que façamos aos mais pequenos, fazemos a Ele”.

Em seguida, o Papa Francisco recordou Padre Zeno Saltini, que fundou a Comunidade Nomadélfia em 1948 com a finalidade de que crianças abandonadas pudessem ter uma família. “Padre Zeno Saltini havia entendido bem estas coisas. Apesar das dificuldades e incompreensões, ele continuou confiante a transmitir a boa semente do Evangelho, até em terrenos mais áridos. E teve êxito! Sua Comunidade Nomadélfia é a prova”, destacou.

“Padre Zeno se apresenta a nós hoje como exemplo do fiel discípulo de Cristo que, à imitação do Divino Mestre, se inclina aos sofrimentos dos mais fracos e dos mais pobres, tornando-se testemunha de uma caridade incansável”.

O Santo Padre exortou os presentes a que a valentia e a perseverança de Padre Zeno “lhes guie em seu empenho cotidiano de fazer frutificar as sementes de bem que o fundador semeou, animado por paixão evangélica e sincero amor à Igreja”.

A Comunidade Nomadélfia é uma obra fundada na Itália em 1948 pelo sacerdote Zeno Saltini. O objetivo do seu trabalho é criar uma rede de famílias que acolhem crianças abandonados como se fossem seus próprios filhos.

Estas famílias vivem juntas em povoados, ou “cidades”, seguindo o exemplo das primeiras comunidades cristãs. Compartilham todos os bens em comunidade.

Em Roma existe uma pequena comunidade, cuja principal função é acolher peregrinos, em que 50 famílias acolhem 300 pessoas. Sua comunidade mais importante está perto da localidade italiana de Grosseto.

Segundo indicam fontes da Comunidade Nomadélfia, a Igreja lhes reconheceu e erigiu como paróquia em 1962. Em 1994, aprovou a sua nova Constituição como “Associação privada de fiéis”.

A Comunidade Nomadélfia se adere à doutrina, ao culto e aos costumes da Igreja. Para o estado italiano, Nomadélfia é uma associação civil organizada como uma cooperativa de trabalho.

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