O rechaço ao projeto do aborto livre na Argentina é um incentivo para os países latino-americanos, que veem como se desmascara o lobby abortista e se transforma em uma esperança para um verdadeiro trabalho pela dignidade da vida desde a concepção até a morte natural.

Rosario Vidal, presidente do Movimento ‘Mujeres Reivindica em Chile’ manifestou que o resultado da Argentina é "histórico" e uma "imensa alegria" para "o que virá na luta pela vida e apela dignidade da mãe e dos filhos, desde a gestação, e também pelos direitos humanos".

Vidal explicou ao Grupo ACI que o movimento que deu visibilidade o debate e mobilizou milhões de pessoas na Argentina chamado "Onda azul" também foi um "fenômeno histórico e inédito" que cruzou as fronteiras.

Como resultado, nasceu "América Latina pelas 2 Vidas", movimento que reuniu cerca de 15 países para apoiar a causa pró-vida na Argentina, explicou Vidal, uma das organizadoras e porta-voz do "Coletivo pelas duas vidas", onde surgiu a iniciativa.

"A América Latina pelas duas vidas se expande rapidamente, porque em todos os países temos o mesmo adversário: um lobby enorme que tem o mesmo manual em todos os países, as mesmas estratégias de validação, um discurso que pretende ser hegemônico, mas não é verdadeiro nem realmente empático".

"Esse lobby não representa as mulheres, mas os interesses que estão em torno da prestação do aborto", assegurou Vidal.

Por sua parte, a Diretora Executiva do grupo ‘Maternitas’, Patricia Gonelle, disse que o rechaço do aborto livre na Argentina "nos encoraja muito sobre o que vai acontecer. É um sinal muito positivo e tremendamente esperançoso que nos diz: 'sim, é possível'".

A especialista sublinha que "as grandes manifestações populares foram muito importantes, de grande impacto. Também contribuiu o fato de que a Argentina é um país federal, onde cada província tem a sua identidade e força para pressionar o governo central".

Gonelle acredita que o aborto começou um retrocesso. Em sua opinião, depois de 50 anos de implementação, as nações estão percebendo "que o aborto é um mal social e, para a mulher que deve enfrentá-lo, uma decisão terrível".

"A esperança é que um dia acabe o aborto, porque a solução para o aborto são os programas de proteção à maternidade, políticas para ajudar as mulheres e a família", assegurou Gonelle.

Por sua parte, Karilina Bischof, integrante do Projeto Esperança na Bolívia, disse que o fenômeno da Argentina é um impulso para continuar "com o nosso trabalho de prevenção, fortalecimento e respeito por toda a vida e dignidade humana".

"Há esperança e há muito por fazer. Devemos seguir conscientizando e tirar as vendas dos olhos que não nos deixam ver os eufemismos, as políticas e interesses que existem por trás dessa luta para aprovar leis a favor do aborto", assinalou.

Rechaço ao aborto livre no Chile

Por sua parte, no dia 10 de agosto, nove deputados do partido Democracia Cristã no Chile assinaram uma carta contra o projeto do aborto livre que será apresentado nos próximos dias no parlamento.

O projeto, anunciado pelo presidente da Comissão de Saúde do Senado do Chile, Guido Guirardi, complementaria uma iniciativa que já foi apresentada em abril de 2014.

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